O Projeto de Lei que autoriza Goiás a entrar no Regime de Recuperação Fiscal (RRF) foi aprovado na última semana, com 24 votos. Agora, a base governista se prepara para passar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que estende o teto de gastos por mais 10 anos e precisa de 25 votos para aprovação.

Em entrevista à Sagres, nesta segunda-feira (14), o presidente da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), o deputado estadual Lissauer Vieira (PSB), contou que espera atingir 27 votos para ter uma margem de segurança quanto à aprovação da PEC. “Os deputados estão muito conscientes, apesar de que alguns têm sua questão partidária, ideológica, mas todo mundo sabe que isso é questão de vida ou morte para o Estado”.

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Para reforçar o seu ponto, sobre a necessidade do Estado aderir ao RRF, Lissauer lembrou que o Supremo Tribunal Federal aprovou a entrada de Goiás no Regime por 11 votos a 0. “Nós estamos, sim, buscando mais votos. Lógico que 25 é a conta necessária, mas se nós conseguirmos convencer a todos, melhor ainda porque vamos mostrar que Goiás está no caminho certo. O diálogo está aberto com todos”.

Uma das preocupações dos parlamentares gira em torno dos incentivos fiscais que servem para atrair novas empresas para Goiás. Lissauer explicou que os incentivos já existentes continuam normalmente, o que não pode é a criação de novas leis com essa possibilidade. Por isso, o presidente acredita que isso será resolvido antes do Estado aderir ao RRF, com um novo plano de inventivos fiscais.

Eleições 2022

Na última semana, após  o ministro-chefe da Secretaria Geral da presidência, Onyx Lorenzoni, dizer que a base do presidente Jair Bolsonaro ainda está conversando sobre o apoio à reeleição do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, possíveis novos nomes surgiram para representar o bolsonarismo em Goiás, como o do ex-prefeito de Trindade, Jânio Darrot.

Lissauer Vieira afirmou que não acredita na hipótese de Bolsonaro deixar de apoiar Caiado e ainda disse que os embates, no início da pandemia, entre ambos, foi um processo natural na democracia.

“Se vermos a história política do governador Ronaldo Caiado, ele sempre foi um combativo forte à esquerda no País. Sempre foi um político de direita que combateu o PT e a esquerda no Brasil. Então eu acho que Caiado tem a condição de estar junto com o presidente Bolsonaro nas próximas eleições, até porque nós temos visto um momento totalmente polarizado entre PT e Bolsonaro. Nós não temos nenhuma terceira via com possibilidades de ganhar a eleição”.

Sobre Jânio Darrot como representante do bolsonarismo em Goiás, Lissauer também desacreditou: “Ele nunca teve ligação com o presidente Bolsonaro, muito pelo contrário, até ontem, ele era do PSDB. O dois ex-governadores do PSDB em Goiás, inclusive, votaram no PT na eleição passada. Todo mundo sabe disso. Então, a candidatura de Jânio Darrot jamais será bolsonarista. É água com óleo, não vai misturar nunca”.