Desde maio deste ano os clubes das séries A e B do Campeonato Brasileiro se dividiram em dois grupos visando a criação de uma liga única para organizar as duas principais divisões do futebol brasileiro. Apesar do objetivo em comum, as equipes estão concentradas em dois blocos diferentes por ainda divergirem em alguns aspectos, sendo o principal deles a distribuição das receitas.

No futebol goiano, os três times (Atlético-GO, Goiás e Vila Nova) estão no grupo da Liga Forte Futebol (LFF), que ao todo conta com 25 clubes -incluindo CSA, Operário, Náutico e Brusque que foram rebaixados para a Série C do ano que vem.

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Presidente do Atlético-GO, Adson Batista sempre foi um entusiasta da criação da liga do futebol brasileiro, para tirar da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) o monopólio das negociações. Em muitas oportunidades neste ano, durante as reuniões da LFF, o dirigente atleticano foi o porta-voz e o representante que falou com a imprensa sobre os avanços das discussões.

Tanto que ele revelou à Sagres que foi indicado pelos integrantes deste bloco a ser um dos negociadores junto à Libra e a possíveis investidores. “Isso mostra que as pessoas têm respeito e enxergam em mim uma boa liderança, então espero não decepcionar”, disse Adson.

A indicação mostra ao dirigente rubro-negro que o Atlético-GO não perderá relevância nas discussões mesmo com o rebaixamento do Dragão para a Série B do Campeonato Brasileiro.

“Nós temos um grupo muito coeso, a gente vem conversando e virão boas propostas para esse grupo “Forte Futebol”. É um grupo que está querendo o bem do futebol brasileiro, não está pensando somente em A ou B, mas que está defendendo causas nobres, como a não ‘escravidão’ e sim a meritocracia para um bom produto no Brasileiro da série A”, afirmou o presidente.

Apesar de um número maior de integrantes, a Liga Forte Futebol tem uma forte concorrência na Libra, já que este agrupamento é formado por clubes com maior poderia financeiro e concentração de torcida. Inclusive são esses fatores que criam divergências quanto à divisão de receitas.

Enquanto a Libra quer uma distância maior entre os que mais recebem para os que menos recebem, a Forte Futebol prega um diferença menor. O primeiro grupo prevê 40% das receitas divididas de forma igualitária, 30% de variável por performance e 30% de engajamento. Já o segundo bloco entende que o mais justo é 45% dividido de forma igualitária, 30% por performance e 25% por apelo comercial.

“Nenhum vai conseguir montar a Liga se não tiver a adesão dos outros. Tem que ter poder de negociação e eu vejo a Libra muito fechada a isso. O (grupo) Forte Futebol pensa na Série B e quer pensar também em um pequeno espaço para a série C. Então para mim o grande desafio é ter poder de negociação. Espero que possa acontecer um avanço porque seria muito importante para o futebol brasileiro a criação da Liga”, explicou Adson Batista.

Há conversas entre as duas partes que para cheguem a um consenso, mas enquanto não há um acordo, os dois grupos negociam separadamente com alguns investidores.