Após dois anos de aulas remotas, o ano de 2022 marcou a volta das aulas presenciais. Em entrevista à Sagres, nesta quinta-feira (11), Dia do Estudante, o presidente do Conselho Estadual de Educação (CEE), Flávio de Castro, afirmou que o retorno foi desafiador, pois tanto alunos quanto professores precisavam de acompanhamento psicológico.
“Nós tínhamos alunos e professores ansiosos porque perderam aquela rotina da presença, do contato, das relações. Os estudantes sentiram dificuldades porque acostumaram com uma maneira de estudo que não exigia tanta disciplina, de estar dentro de uma sala de aula. O ensino remoto trouxe para os alunos uma situação de estar em casa em frente a uma tela, dentro de um quarto”, detalhou Flávio.
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O presidente do CEE explicou que todas as pessoas envolvidas no ensino precisaram “reaprender a conviver” e que isso ocorreu, justamente, em um momento de aumento de casos de Covid. “Tudo foi uma grande experiência. Além disso, teve também a questão da recuperação dos componentes curriculares em cada série, do que não foi bem aprendido durante esses dois anos que nós passamos na pandemia”, declarou.
Uma das principais dificuldades, segundo Flávio, é acostumar os alunos para realizarem as provas novamente na escola, principalmente, para estudantes que devem prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) este ano. O presidente disse ainda que para esses alunos, que estão agora no 3º ano, é mais complicado já que não tiveram aulas presencias no Ensino Médio, pois no início da pandemia tinham acabado de sair do Ensino Fundamental.
“Nós sentimos, em muitos casos, que alunos que estão hoje no terceiro ano, voltaram com a maturidade que tinham no final do Ensino Fundamental, sendo que este estudante tem a carga de ter que fazer o Enem. E ele deixou de viver etapas importantes da vida, de socialização, de crescimento, a entrada na adolescência plena”, detalhou.
“Novo semestre já começou diferente”
Após as experiências adquiridas com o retorno das aulas presenciais no primeiro semestre, o presidente do CEE afirmou que já sentiu diferença neste novo período. “Nós conseguimos detectar as falhas, os conteúdos que precisam de reforço e também estabilizar emocionalmente toda a comunidade escolar. A expectativa é muito positiva para esse segundo semestre”, projetou.
Flávio de Castro deixou claro, também, que apesar das expectavas positivas, a educação é “uma construção e depende da vontade que o aluno demonstra”. Por isso, ele acredita que as escolas terão resultados diferentes na busca por retomar o aprendizado dos estudantes. “E aí, toda a comunidade escolar, os gestores junto com os professores, tem o papel principal nisso, animando os alunos, e com a família participando desses momentos, visualizando as dificuldades que os estudantes têm e conversando com a escola para recuperar isso”, concluiu.
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