A alemã Kathrine Switzer foi responsável pela quebra de uma barreira contra o direito de uma mulher. Ela foi a primeira mulher a correr oficialmente a maratona de Boston. Realizou esse feito em 1967.

A corrida era exclusivamente masculina e sua atitude de participar a atividade esportiva, causou revolta em muitos homens. Foi agredida verbalmente e fisicamente pelo diretor da prova, que gritava: “Dê o fora da minha corrida”.

A foto desse incidente ficou famosa e está entre as principais da história do esporte. Seus amigos impediram a continuidade das agressões e Katharine seguiu sua maratona. Terminando mesmo com as adversidades do clima frio, neve e chuva.

Na linha de chegada vários repórteres com questionamentos duros em relação a sua iniciativa, é um contraste em relação a outros homens antes da largada: “Ei! Você vai até o fim?” – “Puxa, que bom ver uma garota aqui!” – “Você pode me dar algumas dicas para fazer minha esposa correr?”

Seu exemplo foi maior que a atitude da direção da prova que optou pela sua desclassificação e na sequência a expulsão de Amauteur Athletic Union, que era o órgão responsável pelo regimento do esporte, com a absurda alegação de que era proibido uma mulher correr com homens.

Sua coragem motivou outras mulheres e criou uma pressão para presença delas nas corridas, o que tornou-se oficial na Maratona de Boston em 1972. Ela provou que um mulher tinha capacidade para correr os 42 km, da prova mais tradicional do programa olímpico – algo que só aconteceu em Los Angeles 1984.

Conheça um pouco mais da trajetória de Kathrine Switzer e sua luta histórica.

Kathrine Switzer

TRAJETÓRIA

Kathrine Switzer, que hoje tem 76 anos, correu mais de 40 maratonas e organizou mais de 400 provas em 27 países, envolvendo mais de um milhão de mulheres. Ela está no National Womens Hall of Fame – Galeria com nomes históricos que alcançaram façanhas e que elevaram o protagonismo feminino em aspectos sociais, econômicos, culturais da sociedade, gerando impacto nacional ou global significativo, a partir das mudanças em suas realizações.

Em uma entrevista recente, Kathrine foi questionada a respeito do que mais pode ser feito pelas mulheres no esporte: “Muito ainda precisa ser feito. Existem muitos países no mundo onde as mulheres não podem sair de casa sozinhas, não podem dirigir carros, estudar ou praticar esportes. Portanto, conseguir oportunidades para essas mulheres não será fácil”.

“Além disso, muitas mulheres são pobres e não têm oportunidades – é por isso que correr é bom, porque você não precisa ser rico para correr. Consequentemente, muitas mulheres pobres na África estão se destacando na corrida e levando seu empoderamento e prêmios em dinheiro para mudar a vida de outras mulheres e crianças em suas comunidades. Isso se tornou uma revolução social”.

Hoje nos Estados Unidos 58% dos participantes de corridas são mulheres. É um retrato de outros países. Correr te condiciona fisicamente, melhora sua saúde e auto-estima.

Kathrine Switzer na Maratona de Chicago