A professora da Faculdade de Educação da USP, Idmea Semeghini Siqueira, acredita que o letramento lúdico pode contribuir para o aumento da alfabetização no Brasil. A docente avaliou a estabilidade brasileira em relação à média dos outros países no resultado do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) divulgado em 2022.

O Pisa reúne a cada três anos dados educacionais de 81 países ligados à  Organização para a Cooperação de Desenvolvimento Econômico (OCDE). São medidos os níveis de estudantes de 14 aos 16 anos. Então, o Brasil apareceu no último Pisa com metade dos estudantes sem o nível básico em leitura.

Segundo Idmea Semeghini Siqueira, a situação envolve compreensão e fluência na leitura. Mas ainda tem o fato de que esses jovens não irão desenvolver prazer pela leitura. Ela aponta, assim, atividades lúdicas e novas propostas pedagógicas para que a estrutura comece com a educação infantil.

“Será preciso enfatizar o uso de estratégias que propiciem vivências de letramento emergente lúdico na infância, na creche e na pré-escola, para permitir que as crianças e jovens se apropriem da leitura e da escrita sem sofrimento”, afirmou.

Alfabetização

Para que isso comece na infância, a docente da USP pede o aumento de creches e pré-escolas para que todas as crianças sejam atendidas. Ao Jornal da USP, Idmea Semeghini Siqueira explicou o que ela chama de atividades lúdicas e novas propostas pedagógicas.

Foto: Reprodução/FE-USP

“São as brincadeiras que envolvem a oralidade, jogos de palavras e a mediação da leitura pelo diálogo, ou seja, a contação de histórias e a leitura de livros de arte visual e literatura infantil na família e na escola”, contou. Essas práticas estimulam o desenvolvimento das crianças e as ensina a formular mensagens.

“Podemos considerar essas práticas como momentos preparatórios fundamentais para a alfabetização, produzindo encantamento pelas palavras e pela linguagem”, disse.

Idmea acrescentou a participação dos pais na educação em casa, mas dados da 5ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil de 2020 indicam que em mais de 50% das famílias brasileiras as pessoas não leem. Por isso, então, a professora destacou a importância do ambiente escolar. “Temos de continuar a lutar por uma educação de qualidade no Brasil desde a educação infantil”, argumentou.

*Com Jornal da USP

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 04 – Educação de Qualidade.

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