O governo brasileiro criou um novo programa de incentivo fiscal para estimular a indústria automobilística a aderir a descarbonização da frota e atingir a sustentabilidade na mobilidade verde do país. Lançado em 2023, o programa nacional de Mobilidade Verde e Inovação (Mover) oferecerá mais de R$19 bilhões em créditos financeiros entre 2024 e 2028.

A nova política tem o objetivo de incentivar as montadoras a buscarem novas tecnologias, inovação e ampliar suas políticas de descarbonização da frota automotiva. Uma das exigências do programa é que as montadoras avaliam a emissão de gases dos veículos desde a produção até o descarte.

Na avaliação de Pedro Luiz Côrtes,  professor da Universidade de São Paulo (USP), seria fundamental houvesse na nova política “a integração das cadeias produtivas às cadeias globais”. Para ele, então, a ideia de calcular as emissões da produção ao descarte e considerar o ciclo de vida do veículo é muito “interessante”.

“Isso é uma proposta bastante arrojada para esse programa, ele associa a inovação tecnológica à redução de consumo e melhoria na qualidade dos veículos produzidos”, disse.

Eficiência dos dois lados

A ideia central do Mover é a associação entre inovação tecnológica, redução de consumo e de emissões de gás carbônico. Pedro Luiz Côrtes apontou que o programa exige requisitos como eficiência energética, uso de biocombustíveis e capacitação de profissionais, por exemplo. Mas ele destacou que a eficiência precisa ser atingida dos dois lados.

“Isso também depende de investimentos de infraestrutura por parte do governo, porque nossa frota tem que utilizar rodovias que nem sempre estão em boas condições e um outro requisito básico é o aumento dos empregos, ou pelo menos a manutenção dos empregos nas empresas”, argumentou.

*Com Jornal da USP

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 09 – Indústria, inovação e infraestrutura.

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