Junior Kamenach
Junior Kamenach
Jornalista, repórter do Sagres Online e apaixonado por futebol e esportes americanos - NFL, MLB e NBA

Projeto escolar em Goiânia ensina educação financeira com cidade fictícia e vira referência

Você sabe o que é taxa Selic? Sabe como funciona o mercado financeiro? E se tivesse aprendido educação financeira tudo isso ainda em um projeto no ensino fundamental? Essa é a realidade dos alunos de um Centro de Ensino em Período Integral (CEPI) de Goiânia, que participam do projeto Cidade Inteligente na Mente, criado pela professora de matemática Sônia Alexandre.

A iniciativa simula uma cidade fictícia dentro da escola, onde os estudantes assumem profissões, recebem salários e aprendem a gerenciar dinheiro, investimentos e até impostos. “A matemática está em toda a nossa volta”, explica Sônia.

“Hoje, a maioria dos alunos não tem contato direto com dinheiro, pois tudo é digital. Então, criamos essa cidade dentro da sala de aula para que eles possam aprender sobre o valor do salário, investimentos e até a importância da tributação”, completa.

Uma cidade dentro da escola

Na Cidade Inteligente na Mente, os alunos escolhem profissões e passam a ganhar salários fictícios de acordo com seu desempenho escolar. Se sabem a tabuada, por exemplo, recebem um valor maior. Sendo assim, se fazem cursos na B3, a Bolsa de Valores brasileira, e trazem o certificado para a professora, seu salário aumenta.

“Eles começam a se interessar pelo dinheiro naturalmente. Sabem que, para ganhar mais, precisam estudar e investir melhor”, conta Sônia. Além dos salários, os estudantes aprendem sobre investimentos, bancos e corretoras.

“Eles já percebem que a corretora não cobra taxa e o banco, sim. Então, desde cedo, já fazem escolhas financeiras mais inteligentes”, acrescenta a professora. A diretora da escola, Luciana Gonçalves, destaca que os impactos do projeto vão além da educação financeira.

De acordo com ela, os alunos passam a valorizar mais a estrutura da escola e a compreender o funcionamento dos impostos. “Eles entendem que, se quebram uma cadeira, o dinheiro dos impostos é usado para consertá-la. Isso faz com que cuidem melhor do ambiente escolar e até da economia familiar”, explica.

Reconhecimento e premiações

Os estudantes também levam o aprendizado para casa. “Eles pedem notas fiscais para ajudar na arrecadação de impostos da cidade fictícia e explicam para os pais sobre dedução de tributos, IOF e investimentos de longo prazo”, diz Luciana.

O sucesso do projeto já garantiu reconhecimento estadual. Sônia inscreveu a iniciativa no Prêmio de Educação Fiscal de Goiás e conquistou o terceiro lugar. “Foi uma amiga que me incentivou a participar, e o resultado foi incrível”, celebra a professora.

O entusiasmo dos alunos também reflete o impacto da iniciativa. “Eles ficam empolgados, aprendem a importância da reserva de emergência e até deixam de gastar dinheiro com besteiras porque querem investir”, comenta Sônia. “Temos que ensinar que o dinheiro deve nos servir, e não sermos reféns dele.”

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 04 – Educação de Qualidade

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