Criado em 1999, o Projeto Nascentes da Delegacia Estadual do Meio Ambiente (DEMA) comemora duas décadas de existência. Nesse período foram recuperadas mais de 5 mil nascentes em todas as regiões de Goiás. “O trabalho foi feito em todo o estado. Nas nascentes do Rio Araguaia, do Meia Ponte e do João Leite acompanhamos ainda mais de perto e o resultado é impressionante. Preservamos e recuperamos nascentes que estavam perto de serem consideradas extintas”, contou o delegado titular da Dema e criador do projeto, Luziano Carvalho.
Principal nascente do Ribeirão Anicuns (Foto: Sagres TV)
O delegado foi com a equipe do Sistema Sagres a duas nascentes do Ribeirão Anicuns, na divisa entre Goiânia e Trindade. Na primeira, sob orientação da DEMA, o proprietário cercou a área em volta das nascentes e plantou 5 mil espécies de mudas nativas. Algumas já são árvores altas. Pudemos comparar imagens feitas 2016 com as de hoje, ambas gravadas com drone. Na primeira cena, quase nenhuma vegetação, hoje, o verde cobre a área.
Em uma outra fazenda, ali perto, o proprietário Pedro Ranna teve apenas o trabalho de cercar a área. “É basicamente só isso que cobramos dos proprietários. Não é preciso necessariamente fazer o replantio. Quando o gado para de pisotear o terreno, naturalmente, a vegetação volta a crescer”, disse o delegado Luiziano Carvalho. E a nossa equipe constatou que muitas espécies, como Assa Peixe, voltaram a cobrir o terreno.
Nessa fazenda, mesmo com o cercamento, foram reservados dois espaços para o gado chegar perto da represa para beber água. A horta, que ficava ao lado da água, agora respeita o limite de no mínimo 5 metros de distância.
Mais de 80% dos proprietários rurais aceitam e cumprem as recomendações da DEMA. “Não temos intenção de judicializar, queremos diálogo. O produtor quase não tem custo e, além do meio ambiente, ele será um dos grandes beneficiados.” Em raros casos em que o produtor se recusa a cerca a área, a polícia instaura inquérito.
Resultados do Projeto Nascentes enchem de orgulho o delegado Luiziano: “Não tem preço ver nascentes voltando a brotar com força, animais que estavam sumidos reocupando as áreas, enfim, a natureza ressurgindo”.
Confira a reportagem de Silas Santos
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