O governo de Goiás anunciou nesta segunda-feira (27) a redução do ICMS sobre o diesel, de 16% para 14%. Em entrevista à Sagres, nesta terça-feira (28), o coordenador técnico do Mova-se Fórum de Mobilidade, Miguel Ângelo, detalhou que essa redução não impacta no transporte público, pois o serviço é desonerado do imposto.

“Não geraria nenhum impacto direto para o usuário também, porque devido aos contratos de contratações, as tarifas só podem ser reajustas anualmente. Como o último reajuste foi em dezembro de 2021, então um novo processo de reajuste só acontecerá ao fim deste ano”, esclareceu Miguel, que disse ainda que se tivesse algum reajuste, seria um aumento de 10%, pois o diesel subiu 60% em 2022.

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Segundo um estudo do Mova-se, com o diesel mais caro, o caixa das empresas enfrentam um déficit que dificulta a renovação da frota. “Só com base nas empresas privadas, sem contar a Metrobus, há um déficit mensal de R$ 2 milhões por mês, que no final de um ano daria R$ 24 milhões, que poderiam ser gastos na renovação da frota com 48 ônibus convencionais ou 12 ônibus articulados ou até seis articulados elétricos”, detalhou.

O coordenador técnico contou que tem visto muitas cidades reduzirem a frota fora dos horários de pico e finais de semana, diante das dificuldades, mas espera que isso não ocorra em Goiânia. “O sistema, graças ao subsídio, está teoricamente equilibrado. Mas esse é um ponto de bastante atenção que é em relação a oferta de serviço”, alertou.

Na capital de Goiás a preocupação fica por conta da Metrobus. “É uma empresa estatal que já apresenta uma certa dificuldade em relação à manutenção dos carros e à oferta do serviço. Isso tende a se agravar porque depende muito do governo estadual. É a empresa que mais deve sofrer com a alta do diesel”, disse.

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