A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) recebeu na última semana a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que prevê o teto de gastos em Goiás. Em entrevista à Sagres, o presidente da Casa, deputado estadual Lissauer Vieira, afirmou que muito ainda será discutido sobre a proposta, mas mostrou preocupação com o fato de precisar limitar os gastos até 2031, tendo como base o ano de 2021 mais a correção da inflação.

Leia mais: Deputado confirma articulações por emendas parlamentares extras para base do governo na Assembleia

“Isso é preocupante. Nós precisamos avaliar porque nós sabemos que a correção é muito alta ano após ano e a inflação, praticamente, voltou no nosso país. Infelizmente as coisas tendem a ter um acréscimo muito grande, tendo consequência no custo de vida e na manutenção de qualquer máquina pública”, declarou.

Ouça a entrevista na íntegra:

Lissauer esclareceu que a aprovação dessa PEC é uma exigência da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), do governo federal, para que Goiás se enquadre no Regime de Recuperação Fiscal (RRF). “Agora, nós precisamos ver se isso não vai atrapalhar as contas públicas do estado e os investimentos que precisam ser feitos, porque o teto de gastos é um fator limitante nos investimentos de custeio de qualquer estado e, obviamente, também, da União”.

O presidente da Assembleia reclamou que “às vezes, o governo federal faz exigências impossíveis”. Por isso, Lissauer ressaltou que usará o período para a realização das 10 sessões ordinárias da PEC, antes do início da tramitação, para dialogar com os poderes, mas que, ainda assim, visa aprovar a proposta este ano.

O deputado também citou outras matérias que estão na Casa, como a PEC da Redistribuição do ICMS, a PEC da previdência dos aposentados e o Projeto de Lei do Marco Regulatório do Saneamento Básico em Goiás. Segundo, Lissauer, essas ainda têm discussões pendentes, mas devem ser aprovadas. Na sessão desta terça-feira (16), a Assembleia pretende votar o auxílio para estudantes no valor de R$ 100,00 e o projeto de que cria o Programa de Dignidade Menstrual.

Independência

Desde a eleição, Lissauer procurou mostrar que tem independência na Alego. Porém, o deputado, aparentemente, se tornou governo, ao articular para a aprovação da maioria das propostas do executivo. Questionado sobre o assunto, o deputado negou e afirmou que aprovou o que era melhor para Goiás. “Essas reformas estruturantes possibilitam melhoras na educação e na infraestrutura de Goiás, por exemplo. Eu nunca perdi a independência. Agora, nos momentos de crise, nós sempre tivemos ao lado do governo e vamos continuar, porque eu continuo acreditando na gestão do governador Ronaldo Caiado e da sua equipe”, argumentou.

Leia também: DEM projeta filiação de deputados em janela partidária

O pensamento em 2022, segundo o presidente da Alego, é disputar uma cadeira no Congresso Nacional, como deputado federal. Em determinado momento de 2021, o nome de Lissauer foi ventilado como um possível candidato a vice-governador na chapa de Ronaldo Caiado, algo que não se concretizou após a aliança do governador com o MDB e da escolha de Daniel Vilela, presidente do partido em Goiás, como pré-candidato a vice-governador.

“Ele tomou essa decisão e eu estive entre aqueles que a acharam precipitada, mas preciso respeitar. A minha relação com o presidente do MDB é uma coisa e com o governador é outra. Eu acredito na gestão de Ronaldo Caiado e vou continuar trabalhando para aprovar as matérias necessárias para o governo lá na Assembleia Legislativa da mesma forma, com a independência de sempre. Vou continuar no meu propósito de disputar para deputado federal”, encerrou.

Assista a entrevista no Sagres Sinal Aberto: