Arte, cultura e história – tudo junto mostrando a riqueza do sertão. Essa é a proposta da exposição do museu Cais do Sertão, em Recife, que exibe há quase dez anos a mostra interativa “Mundo do Sertão”.
Dividida em sete territórios temáticos: cantar, crer, migrar, ocupar, trabalhar e viver, a exposição possibilita um mergulho no dia a dia do sertanejo, oferecendo ao visitante a oportunidade de se locomover pelo espaço e interagir com os artefatos expositivos.
Aos 22 anos, a jovem Anna Luísa Carvalho visitou o local pela primeira vez e afirma que a visita trouxe um olhar mais amplo sobre as belezas do sertão nordestino.
“Um lugar rico pela cultura do sertão, narrada pelo Rei do Baião, Luiz Gonzaga, em que vemos o sertão de riquezas e raízes culturais fortes e cheias de histórias em cada detalhe. Vimos peças que nos remetem ao vaqueiro e ao cangaceiro, suas vestimentas e detalhes importantes sobre como é viver em um Sertão”, relatou.
Anna visitou a exposição acompanhada da turma de jovens aprendizes da Rede Nacional de Aprendizagem, Promoção Social e Integração. A jovem descreveu o sentimento e o entusiasmo em conhecer afundo a cultura regional.
“No sertão tem vida, tem cultura, tem belezas mil. A casa sertaneja, o aconchego dentro de um lar em que a água é mais gostosa em copo de alumínio e jarra de barro, em que tem música de viola e quadros na parede com fotografias reveladas que refletem nas histórias da família. No sertão tem arte, arte feita no barro, xilogravura, tem música boa e animada”, afirmou.
História regional
Na oportunidade, além de ouvir as explicações, os jovens participaram de uma aula com instrumentos regionais, que fazem parte das músicas de artistas consagrados como Gonzaga e Dominguinhos, que contribuíram para difundir a cultura nordestina.
No grupo de Anna, estava também o estudante Arthur Silva, que aos 16 anos, também visitou a mostra pela primeira vez.
“Mesmo sendo do Recife, poucos nativos visitam o Cais do Sertão, inclusive eu. Hoje foi minha primeira visita e foi um dos melhores museus que já fui. Retrata uma parte da história do sertão, como funciona e os principais pensadores dele. Foi interessante conhecer algumas histórias, vestimentas, e uma parte da história de Luiz Gonzaga”, resumiu.
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Educação e cultura
Eliana Papais, instrutora da Rede Nacional de Aprendizagem, Promoção Social e Integração, afirma que oportunizar experiências como essa que levam os jovens a conhecerem a história contribui para que a cultura seja propagada e não se perca ao longo do tempo
“Sabemos que a educação vai além de uma matriz curricular – é necessário preparar cidadão para viver em sociedade. Quando o aluno aprende sobre a cultura do sertão, os mesmos podem desenvolver um maior senso de identidade e pertencimento. Isso certamente fortalecerá os laços com suas raízes e comunidade, ajudando-o a entender de onde vêm e a valorizar suas origens. O ensino da cultura do sertão permite que os jovens tenham uma educação mais abrangente, promovendo o desenvolvimento holístico”, afirmou.
Para a educadora, conhecer culturas diferentes ajuda o jovem a cultivar a empatia e a tolerância, bem como ser um multiplicador em sua comunidade.
O Museu Cais do Sertão foi idealizado como parte do projeto de integração do Porto Novo direcionado à revitalização do centro antigo do Recife por meio da requalificação de espaços que anteriormente abrigavam atividades portuárias. O museu funciona de terça a domingo, com visitações gratuitas às terças-feiras e está localizado no Recife Antigo.
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) – ODS 4 – Educação de Qualidade.