O volante Róbston viverá um dos momentos mais determinantes de sua carreira na tarde desta sexta-feira, e não será em campo, onde ele está acostumado a atuar. Pego no doping e suspenso previamente, o jogador do Vila será julgado na durante a tarde na 4ª Comissão Disciplinar do Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e tentará se livrar de uma pena pesada, após admitir o uso de cocaína no ano passado.

O início do julgamento está marcado para 13h30 e o jogador terá em sua defesa o advogado do clube, Dr. Rodolfo Otávio Mota, já que o Dr. Maurilho Teixeira, que estava à frente do caso, foi impedido de atuar. Róbston foi enquadrado no artigo 6º do Código Disciplinar Antidoping da FIFA, itens 1, 2 e 3, que corresponde ao uso de substância proibida e entorpecentes e se prevê uma pena de dois anos de suspensão.

Em entrevista à 730, o Dr. Maurilho Teixeira, que acompanhou e estudou sobre o caso, entende que o período de dois anos é uma punição genérica e reconhece que são enormes as chances dessa pena ser diminuída logo em no primeiro julgamento, no caso nesta sexta-feira. O advogado mostrou grande expectativa para que isso aconteça, mas lembra que depende muito de como a defesa vai atuar no tribunal.

“Isso vai depender muito da tese de defesa. Eu fiz todo um trabalho de pesquisa desde o dia que foi anunciado o caso do Róbston, um trabalho focado na defesa, mas eu já adianto que não vai ser eu que irá atuar no STJD. Houve um desentendimento lá no Vila e eu fui comunicado que eu não vou atuar. Mas, para informar, essa pena pode ser reduzida substancialmente, senão em primeira instância, em um recurso já em segunda instância”, explicou o advogado.

Róbston foi pego no exame antidoping após o jogo da primeira semifinal contra o Sampaio Corrêa, válido pela Série C do ano passado. Foi detectado a substância “benzoilecgonina”, que se trata de um metabólito da cocaína, droga que o jogador admitiu ter feito uso. Alguns casos podem indicar a punição que Róbston deve ter: o mais recente deles é do atacante Michael, do Fluminense, que foi punido em 16 meses, mas teve pena abrandada para oito meses pelo jogador cumprir medidas socioeducativas.

Desentendimento

O que chamou atenção foi a troca de advogados na defesa do volante Róbston. O Dr. Maurilho Teixeira foi quem anunciou o caso de doping do jogador, explicou procedimentos e estava com material pronto para realizar a defesa, mas segundo o próprio advogado, houve um desentendimento interno que o afastou do caso e também o afasta do Vila. O advogado declarou que o Vila “é um clube difícil” e que não queria revelar, no momento, o que motivou o seu afastamento.