Com a chegada do mês dos pais, o tema principal desta segunda-feira (31) no programa Cidadania em Destaque, da 730, foi a Saúde do Homem. E o cenário não poderia ser mais preocupante.

Segundo estatísticas, a cada três mortes de pessoas adultas no Brasil, duas são de indivíduos do sexo masculino. Se comparado às mulheres, o tempo de vida deles chega a ser sete anos e seis menor. As doenças cardíacas, pneumonia, cirrose e diabetes são algumas das principais causas de mortalidade entre os homens nos país.

O câncer de próstata não foge a essa estatística, e é a segunda maior causa de morte. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer, só em 2016, foram diagnosticados cerca de 61 mil novos casos de câncer de próstata no Brasil, sendo estimadas mais de 13 mil mortes.

Em âmbito mundial, também é o segundo câncer em incidência e o quinto em mortalidade nos homens. De acordo com o Globocan 2012, são registrados 1,1 milhão de novos casos por ano de câncer de próstata e cerca de 300 mil mortes. 

Todos estes números apontam ainda uma outra questão: os homens realmente se preocupam com a própria saúde? É o que responde o médico especialista em Urologia, Hélio Augusto Finotti.

Ouça, na íntegra, a entrevista desta segunda-feira (31), no Cidadania em Destaque

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“Existem vários motivos. Nós acreditamos que decorra primeiro do assoberbamento que os homens têm em exercer a sua função laborativa. Eles trabalham mais, não estou dizendo que trabalham mais que as mulheres, mas eles se empenham mais no trabalho achando que isso seria a razão da sua vida, de sustentar a família, deixando a saúde de lado. Há também o mito de que, o homem, para ser um macho autêntico, precisa ser invencível, doença nenhuma pega ele. Isso é bastante comum. Em contrapartida, temos a mulher que, desde pequena vê a mãe ir ao médico, levar os seus filhos, então já tem uma cultura mais aflorada de cuidar de si mesma e dos filhos. Então, para elas, é mais natural ir ao médico para fazer seus exames rotineiros ou quando sente alguma coisa diferente”, analisa.

O especialista relata ainda outros fatores que podem levar a um maior número de mortes entre os homens. “O sexo masculino é mais frágil que o da mulher. Nascem proporções iguais de crianças do sexo masculino e feminino. Na primeira infância já morre uma porcentagem bastante expressiva. Depois, na própria infância, os meninos são mais levados, mais aventureiros do que as meninas, e também morrem mais. Na adolescência, com bebida alcoólica, com a direção, drogas, assassinatos e, depois ainda, por acidentes de trabalho. No final da vida também somos mais frágeis do que as mulheres. Temos mais doenças e somos mais predispostos do que as mulheres também”, reitera.

heliofinotti