O presidente do MDB em Goiás, Daniel Vilela, deve ser consultado sobre o futuro do senador Luiz do Carmo no partido. Em entrevista ao Sinal Aberto nesta quinta-feira (4), o senador, que ocupa a 2º suplência da mesa na Casa, afirmou que não tem interesse de deixar o MDB, mas Daniel terá autonomia para decidir sobre a permanência dele.

O encontro entre Luiz e Daniel Vilela deve acontecer durante reunião da executiva na próxima segunda-feira (8/2). “Eu vou perguntar pro Daniel se ele quer que eu continue no MDB e qual será meu futuro. Estou trabalhando muito, tanto é que ocupei a vaga de 2º suplente. Eu não quero sair do MDB de jeito nenhum”, afirmou.

Ao Sinal Aberto nesta quinta, o deputado emedebista Paulo César Martins também falou sobre o fortalecimento do MDB para a disputa eleitoral de 2022. A exemplo de Paulo, o senador admitiu que, mesmo sendo aliado de Caiado, o partido precisa trabalhar para viabilizar chapa própria, inclusive de governador.

Ouça a entrevista na íntegra:

“Temos que avaliar as chances de ganhar. Minha primeira candidatura foi com Maguito Vilela, quando fui deputado estadual. De lá pra cá, o MDB nunca ganhou eleição, porque é desorganizado e o salto é alto. Quero mudar isso no partido. Mas temos que trabalhar pra fortalecer, para fazer uma grande chapa de deputados federais, grande chapa de deputados estaduais. Precisamos ser um partido grande”, pontuou.

Luiz lembrou que foi o MDB que o indicou para ser suplente de Caiado no Senado. “Na época, o partido fez uma composição, então o MDB estava com Caiado no começo. Depois mudou. Mas não quero mudar do partido. Eu quero reconstruir o MDB”. Em 2019, o partido expulsou os prefeitos Adib Elias e Paulo do Vale, que apoiaram a candidatura de Caiado contra a de Daniel Vilela na eleição de 2018.

PERSPECTIVA NO SENADO

Sobre a relação com o novo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), Luiz do Carmo, que ocupa o cargo de 2º suplente na mesa, afirmou que o foco é unir forças para aprovar projetos de relevância para o País. “Tenho certeza que ele vai trabalhar para gerar emprego, agilizar a vinda das vacinas. Acredito que será um grande presidente”.

O MDB tinha uma candidata à presidência do Senado Federal: a senadora Simone Tebet (MDB-MS), que foi a primeira mulher a concorrer à vaga. Mas o partido deixou de apoiar oficialmente a senadora, que decidiu manter sua candidatura de forma independente. Simone recebeu 21 votos, perdendo para Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que recebeu 57 votos.

Para Luiz do Carmo, o partido não tinha força para ganhar a a eleição neste momento. “A Simone seria uma grande presidente. Mas não era o momento. O MDB não tinha como sustentar a candidatura. Os dois principais concorrentes da Simone, que eram o Bezerra e o Eduardo Gomes, retiraram as candidaturas deles. E o que eu vi lá foi a união dos outros partidos para não deixarem o MDB chegar na presidência”, explicou.

O senador reforçou ainda que, considerando o histórico de emedebistas no comando da Casa, mais um na presidência “ficaria por uma eternidade”. “Eu sou a favor de ter rodízio ali. Não pode ficar eternamente. Nossos colegas tinham medo do MDB pegar a presidência e não sair mais. Por isso, nós ficamos com a 1º vice-presidência e a 2º suplência”.