O senador Demóstenes Torres seguiu orientação do advogado e não falou na CPMI. Nas poucas palavras proferidas, o mesmo alegou que depôs por mais de cinco horas na Comissão de Ética do Senado, e, o teor é o mesmo que falaria hoje (31), em razão disso, permaneceria em silêncio na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, mas assegurou que a degravação do depoimento ao Conselho será encaminhada aos membros da CPI.

O silêncio de Torres desagradou os parlamentares que integram a comissão. No intuito de mudar a postura do goiano, o relator, deputado Odair Cunha (PT-MG) ressaltou: “O silêncio de vossa excelência não é o silêncio dos inocentes”.

O deputado Luiz Pittman (PMDB-DF), destacou que Demóstenes era tido como referência de comportamento, mas hoje, tem sido uma frustação para todos que entram na política. O pmdeebista alegou que ao falar na Comissão de Ética do Senado e permanecer em silêncio na comissão, Torres desrespeita à CPMI. “Não é o senhor que não tenho nada a responder, sou eu que não tenho nada a perguntar, por isso, peço para me ausentar dessa sala”.

O deputado federal Silvio Costa (PTB-PE) esquentou os ânimos na comissão, com dedo em riste para Demóstenes afirmou: “O seu silencio é a mais perfeita tradução da sua culpa. Está escrito em letras garrafais: Eu Demóstenes Torres, sou sim, membro da quadrilha Cachoeira. Eu sou o braço legislativo da quadrilha Cachoeira. O senhor traiu Goiás e os amigos”. O parlamentar relembrou o depoimento do Torres na Comissão de Ética e disse: “O céu não é lugar de mentiroso, de gente hipócrita”.

O petebista foi interrompido pelo senador Pedro Taques (PDT-MT) que alegou que Silvio estava ferindo do a Constituição ao ofender Demóstenes. O clima esquentou entre os parlamentares, Costa acusou Taques de demagogo. Enquanto os parlamentares discutiam, o senador goiano foi dispensado pelo presidente Vilta do Rêgo.