Neste domingo (14), foi celebrado o Dia Mundial do Diabetes, data criada para a conscientização sobre a doença que afeta 537 milhões de pessoas em todo o mundo, conforme dados da International Diabetes Federation (IDF). Em entrevista ao Sagres em Tom Maior, nesta segunda-feira (15), a médica endocrinologista Nathália Santos afirmou que muitas pessoas têm a doença sem saber, isso porque os sintomas podem se manifestar apenas quando o diabetes já está avançado.

“Os principais sintomas são cansaço, fraqueza, boca seca, muita sede e excesso de urina. Quando começa a juntar formiga no vaso sanitário, também é um sinal em que a gente pode pensar em diabetes. É importante pontuar que, às vezes, esses sinais só aparecem quando a doença já está um pouco avançada, então é importante fazer exames de rotinas para rastrear a doença”, esclareceu a médica.

Confira a entrevista a seguir:

No Brasil, segundo estimativas da Sociedade Brasileira de Diabetes, 12,5 milhões de pessoas tem a doença. Nathália acendeu o alerta para os dados: “de 2019 para 2021, tivemos um aumento de cerca de 16% na incidência da doença. O Brasil ocupa hoje o 5º lugar no mundo de casos de diabetes”.

A médica explicou que há vários tipos de diabetes, mas os tipo 1 e 2, além do gestacional, são os mais prevalentes na população. O tipo 1 é classificado como autoimune, quando as células pancreáticas são destruídas e não conseguem mais produzir insulina. Esse tipo afeta mais crianças e adolescentes e costuma ser identificado por ter um quadro mais grave. o tratamento é feito com insulina.

O tipo 2 é o mais prevalente, com cerca de 90% dos registros de diabetes. “Este é mais relacionado à obesidade, sobrepeso, estilo de vida, idade e questões genéticas”, detalhou a endocrinologista, que afirmou que o tratamento deste diabetes é feito, geralmente, com medicações orais.

O diabetes gestacional se caracteriza quando mulheres grávidas apresentam uma intolerância aos carboidratos. “A glicemia em jejum faz parte do exame de sangue de toda gestante. E se nós identificamos a diabetes gestacional, fazemos um plano dietético. Agora, se mesmo com a dieta, não há melhora, é preciso medicar”, alertou Nathália.

Diante da maior prevalência do tipo 2, a médica endocrinologista destacou que a prevenção é o melhor caminho, com alimentação equilibrada e a prática regular de exercícios físicos. Inclusive, há casos de pessoas que são diagnosticadas com pré-diabetes e conseguem evitar que a doença se desenvolva.

O quadro de pré-diabetes já pode promover complicações, então é necessário levar muito a sério […] Quando o médico identifica, ele precisa orientar o paciente. Se for uma pessoa que tem um sobrepeso, obesidade, sedentarismo, que tem uma alimentação não muito boa, é interessante que essa pessoa mude o estilo de vida”, recomendou.