Startups com impacto socioambiental devem captar mais recursos que os demais segmentos nos próximos anos. O relatório ESG Radar 2023 da consultoria Infosys indica que os investimentos nesses negócios devem chegar a US$ 53 trilhões até 2025.

O valor representa um terço dos ativos globais que estão sob gestão atualmente. Assim, apesar da queda de investimentos em startups desde meados do ano passado, o relatório revela que a agenda ESG – Ambiental, Social e Governança – segue em alta no mercado.

Para o Infosys, a agenda ESG “não é mais algo bom de se ter, mas uma necessidade de negócios”. A consultoria ouviu 2.500 executivos e especialistas em ESG. Os investidores esperam que os investimentos em empresas sustentáveis compensem no futuro, pois são iniciativas que criam valor.

Brasil

A tendência de investimentos em startups como foco socioambiental está em alta no Brasil. O ESG Radar 2023 mostrou que há disputa para encontrar as melhores iniciativas que atendam aos parâmetros da agenda ESG. Por exemplo, o BR Angels já destinou aproximadamente R$ 10 milhões para startups do segmento. 

O BR Angels é um grupo de investimento-anjo fundado em 2019. No portfólio de negócios encontram-se investimentos em várias startups com impacto socioambiental. Uma delas é a Circular Brain do setor de reciclagem de eletroeletrônicos, que faz a destinação de resíduos eletrônicos.

Outra empresa é a Incentiv do ramo de recursos para projetos sociais. A startup facilita investimentos em projetos sociais através de leis de incentivo fiscal. Já a  LandApp produz um menor impacto na construção civil, pois é pioneira na logística de materiais e resíduos sólidos da construção civil.

E a Inspectral, startup de monitoramento ambiental inteligente que integra alta tecnologia ao monitoramento ambiental de recursos hídricos e do agronegócio para aumentar a produtividade e a preservação.

Mudanças sociais

Várias startups adotam segmentos socioambientais em suas atividades. A Água Camelo leva água tratada e segura para populações que vivem em situação de vulnerabilidade social. A Solar Foods produz sorvete sustentável que tem micróbios, água e ar como ingredientes e a baiana Startei Hub de Inovação cria programas de educação, inovação e empreendedorismo inspirados nos ODS.

Orlando Cintra, fundador e CEO do BR Angels, argumenta que o movimento por mudanças sociais está acelerado na sociedade. Afinal, o mundo passou por mudanças rápidas em um curto período de tempo, como a pandemia, novos governos e relações de trabalho e a guerra que está ocorrendo na Ucrânia.

“Apesar de [a guerra] estar distante geograficamente do Brasil, impacta em escala global, principalmente no aspecto econômico. Isso tudo fez com que os olhares da sociedade, das companhias e consequentemente dos investidores se voltassem para iniciativas que agregam um valor além. É aí que entram as startups de impacto social”, afirmou.

Impacto real

A BR Angels possui várias startups de impacto socioambiental em seu quadro de negócios. Deivison Pedroza, associado do grupo, disse que os investidores precisam fazer uma análise cuidadosa dos negócios e conhecer o real impacto da startup.

“Tudo isso vale a pena, porque quando se investe em negócios de impacto, deve-se pensar além do retorno financeiro imediato e considerar os múltiplos benefícios que esse tipo de iniciativa pode trazer, já que retorno financeiro e impacto social podem caminhar lado a lado”, contou.

*Com informações do portal Notícia Sustentável

Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). Nesta matéria, o ODS 09 – Indústria, inovação e infraestrutura.

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