A liderança feminina ainda é um tema bastante controverso no que diz respeito a quanto as empresas estão contribuindo para a igualdade de gênero. Este conteúdo está alinhado ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 05 (ODS 05) – Igualdade de Gênero – da Agenda 2030 da ONU.

No podcast Tenha Voz desta terça-feira (14), a empresária especialista em Liderança e Gestão de Negócios, Monica Barcelos, analisa por que as empresas precisam de mais mulheres em cargos de liderança. Assista a seguir

“Só por questões econômicas, só por inteligência econômica já faria sentido termos mais mulheres em posição de liderança do que nós temos hoje”, afirma.

Monica Barcelos no STM #353 com Jordanna Ágatha (Foto: Sagres TV)

Falta de diversidade de pensamentos e de soluções estão entre os maiores impactos para organizações públicas e privadas em um cenário de mulheres em cargos de liderança, como enumera Monica Barcelos.

“Nós sempre temos soluções extremamente masculinizadas, e elas não são feitas pensando no todo. A segunda é que são construídas políticas que não são pensadas dentro de um contexto que é de uma rotina da mulher. E aí a gente perde a chance de discutir cultura, legislação, perde a chance inclusive de discutir potencial econômico quando não se tem essa diversidade”, enumera.

Conforme dados de pesquisa do Fórum Econômico Mundial de 2019 feita em 153 países, a equidade de gênero no mercado de trabalho só será alcançada daqui a 257 anos se permanecermos no ritmo atual. A área trabalhista, naquele mesmo ano, foi a única em que houve regressão.

Monica Barcelos argumenta que em um cenário como o de hoje, as próprias mulheres têm dificuldades em se reconhecerem como líderes. “Isso tem a ver não só com a construção muitas vezes machista de alguns cargos, mas também tem a ver como a forma como nós nos enxergamos, que também é influenciada por isso. Para se ter uma ideia, as mulheres para se candidatarem a uma posição, cargo ou uma vaga, elas entendem que precisam preencher de 70% a 100% dos requisitos, enquanto um homem com as mesmas qualificações se candidataria a essa mesma vaga se preenchesse apenas 30%”, pontua.