A presidência do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO) informou nesta quarta-feira que determinou a abertura de uma sindicância para investigar as acusações feitas contra magistrados no caso Padre Robson.

Na terça-feira (23), o Ministério Público Federal (MPF) encaminhou ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) um pedido de abertura de investigação sobre o caso.

Supostos crimes teriam sido cometidos através de associações criadas pelo padre, como a Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe), que teriam movimentado em torno de R$ 2 bilhões no período de dez anos.

No último domingo (21), uma reportagem do Fantástico, da TV Globo, revelou indícios de que o padre teria cooptado autoridades do Estado de Goiás em troca de favorecimento judicial. Em mensagens de áudio e texto, advogados dizem ao religioso que pagariam R$ 750 mil a desembargadores responsáveis pelo julgamento da Afipe em segunda instância.

Em um áudio, Padre Robson diz à advogada Alessandra Flores que já teria feito a transferência de R$ 600 mil para um desembargador, movimentação que a presidência do TJ-GO informou desconhecer.

Informações obtidas em decorrência de busca e apreensão no âmbito da Operação Vendilhões, deflagrada em agosto do ano passado, mostram que o religioso contava com a ajuda de autoridades policiais e judiciárias do estado, mediante o pagamento de propina e outros favores.

Padre Robson está afastado da presidência da Afipe e das atividades como reitor do Santuário Basílica de Trindade.