O Transtorno Bipolar é uma doença crônica de difícil diagnóstico porque é facilmente confundido com outros transtornos que alteram o bem-estar emocional. O problema de saúde, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), afeta cerca de 140 milhões de pessoas no mundo todo.

A OMS destaca que 2,5% da população brasileira vivem com o transtorno. A doença crônica afeta desde crianças até pessoas que estão na terceira idade. Por isso, é importante observar o comportamento emocional para buscar ajuda profissional. Quadros depressivos e manias são sinais de manifestação da presença do transtorno.

Mas, reforça a OMS, o Transtorno Bipolar pode ser confundido com outros, como o transtorno depressivo. Sendo assim, a entidade explica que o Transtorno Bipolar se diferencia pela variação repetida de humor durante a vida, que junta períodos de depressão e euforia, separados ou simultâneos. Nesse sentido, a pessoa com Transtorno Bipolar manifesta variações de mania e hipomania.

Comportamento e diagnóstico

A pessoa com Transtorno Bipolar apresenta períodos de comportamento mais sociável, irritabilidade e agressividade e comportamento mais depressivo com períodos de tristeza intensa, perda de prazer, de apetite e insônia. Desta forma, então, a medicina especializada divide a doença crônica em dois tipos. O primeiro é a mania com característica de depressão e o outro é a hipomania com característica de euforia.

O professor Beny Lafer do Instituto de Psiquiatria da USP afirma que o Transtorno Bipolar leva de cinco a dez anos entre o início dos sintomas e o diagnóstico.

A demora no diagnóstico e início do tratamento afeta a qualidade de vida das pessoas e altera o bem-estar emocional. Os especialistas apontam consequências como dificuldades nos estudos, nas relações de amizades e conjugais e perda de empregos. Beny Lafer afirma que os principais tratamentos são farmacológicos, pois eles buscam a “remissão” dos sintomas de depressão e a prevenção de novos sintomas.

Terapia e medicamentos

Doris Moreno é do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP e explica que o tratamento é terapêutico com psicoterapias para melhorar a qualidade de vida aliada ao uso dos medicamentos.

“A maior parte de substâncias utilizadas são os antipsicóticos de nova geração, com diferentes efeitos colaterais e cada pessoa vai tomar uma ou mais dessas medicações no início da doença. Aquelas pessoas privilegiadas, que não demoraram muitos anos para começar a se tratar adequadamente, conseguem utilizar apenas uma substância”, disse.

Além disso, os especialistas focam na qualidade de vida geral dos pacientes, então indicam a prática de atividade física, redução e ou eliminação do uso de álcool, cafeína e drogas.

“Também é preciso que o paciente faça o que eu chamo de ‘dieta do bipolar’, a noite se colocar para dormir e se ‘chutar’ da cama de manhã, mesmo que não esteja querendo”, diz Moreno. A mudança de hábitos gera maior estabilidade de vida para as pessoas que vivem com o Transtorno Bipolar.

*Com informações do Jornal da USP

Leia mais: