Junior Kamenach
Junior Kamenach
Jornalista, repórter do Sagres Online e apaixonado por futebol e esportes americanos - NFL, MLB e NBA

Urna sustentável criada por brasileiro faz cinzas humanas e de animais virarem árvore

Um inventor do Rio de Janeiro desenvolveu um processo capaz de transformar cinzas humanas em árvores. Trata-se da “Urna Verde”, criada por Evandro Henrique, um inventor do Rio de Janeiro. A proposta consiste em uma abordagem eco-friendly para a despedida final. A urna funerária é meticulosamente confeccionada a partir de materiais naturais, como fibras de coco, terra e sementes, o que a torna completamente biodegradável, conforme seu criador.

O design da Urna Verde é composto por duas partes distintas: a porção superior abriga um vaso confeccionado a partir de fibra de coco, atuando como um substrato ideal para a germinação das sementes e crescimento da árvore. Já a metade inferior da urna funciona como o compartimento destinado a abrigar as cinzas do falecido. Elas, por sua vez, desempenham o papel de adubo nutritivo para a planta que crescerá a partir delas.

“A morte é um assunto que evitamos falar, mas a Urna Verde dá um novo significado a ela, já que a semente e a árvore nos remetem a vida”, argumenta Evandro.

Experiências pessoais

Em entrevista ao portal CicloVivo, Evandro Henrique relata que sua motivação veio de vivências pessoais e trajetória profissional. Antes do empreendedorismo, ele era gerente em uma empresa de coleta de resíduos sólidos de aeroportos em todo o território brasileiro. Nesse papel, ele coordenava a destinação desses resíduos para cooperativas de catadores.

Evandro afirma também que desde a infância nutre uma paixão por árvores, pela natureza e pelo planeta Terra. Foi por meio dessa paixão que ele conseguiu atribuir um novo significado a um processo de luto pelo qual passou.

Além das cinzas humanas, o produto foi concebido para fornecer uma alternativa para lembrar os animais de estimação queridos, já que muitos cuidadores não sabem o que fazer com as cinzas após a cremação. “De uma forma mais consciente, sustentável, natural e bonita, transformamos o processo da ‘morte’ em ‘vida’ por meio da natureza”, afirma.

Meio ambiente

Serviços funerários, como o sepultamento, têm causado diversos impactos ambientais. Entre os problemas, podemos mencionar a contaminação do solo e dos lençóis freáticos devido ao vazamento de necrochorume. Além disso, a poluição ambiental decorrente dos metais pesados presentes nas alças dos caixões, e a liberação de gases sulfídricos devido à má construção e manutenção de sepulturas e jazigos.

Por outro lado, a cremação ainda não é uma alternativa popular. De acordo com dados do Sindicato dos Cemitérios e Crematórios Particulares do Brasil (Sincep), apenas cerca de 8% a 9% dos falecidos no país passam pelo processo de cremação. No entanto, o setor está se preparando para aproveitar a crescente tendência de aumento na procura por serviços de cremação.

“A cada dia cresce o número de pessoas que optam pela cremação no mundo todo. As pessoas estão fazendo escolhas mais sustentáveis e economicamente mais baratas”, revela Evandro.

As mudas ainda capturam o carbono da atmosfera, ao mesmo tempo em que oferecem uma variedade de benefícios ecossistêmicos essenciais. Além dos consumidores finais, a urna pode atender cemitérios, crematórios, pet shops e empresas que buscam adquirir créditos de carbono. “Licenciaremos a marca para bioparques reflorestarem áreas degradadas e faturar com a venda créditos de carbono”, completa.

*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis; ODS 13 – Ação Global Contra a Mudança Climática; ODS 15 – Vida Terrestre

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