Vazão do Meia Ponte voltou a cair (Foto: Semad/Divulgação)

A vazão do Rio Meia Ponte caiu na manhã desta quinta-feira (12) para 1.481 litros por segundo (l/s). Esse volume já é o nível crítico 4, o último nível da deliberação do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Meia Ponte. Essa foi a segunda menor vazão registrada neste período de seca. A anterior foi de 1,762 l/s registrada na tarde desta quarta-feira (11).

A Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) espera a confirmação dessa queda em um gráfico de sete dias. Só depois desse período é que a Saneago começa a adotar as medidas de racionamento de água em Goiânia, Aparecida de Goiânia e Trindade. Ontem (11) o governador Ronaldo Caiado chamou a atenção para a redução de água e pediu a população para fazer economia

Os Conselhos Reguladores da Agência Goiana de Regulação (AGR) e da Agência de Regulação de Goiânia (ARG) aprovaram no dia 3, sem ressalvas, o Plano de Racionamento do Abastecimento de Água de 2019, apresentado pela Saneago. Enquanto isso, a Semad começou a adotar medidas para melhoria da vazão de água.

Em 13 de agosto, a Semad baixou portaria determinando a captação de água apenas à noite a montante da estação da Saneago, na Região Noroeste de Goiânia, e a redução da outorga de 800 l/s para 400 l/s na mesma região. Por cerca de 20 dias a vazão se manteve estável na média de 2,8 l/s. No entanto, no sábado (7) a vazão caiu para 2,7 litros e desde então a curva continuou em queda. Chegou a 2,3 nesta terça-feira (10) e a 1,7 nesta quarta-feira (11). 

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A secretária de Meio Ambiente, Andrea Vulcanis, disse que a queda da vazão ocorre por uma série de motivos. Como faz mais de 110 dias sem chuvas, com o aumento da temperatura e a redução da umidade, os reservatórios subterrâneos estão os estoques muito baixos, não havendo mais tanta água disponível nos aquíferos capaz de abastecer o manancial com os volumes anteriores.

Além disso, em razão das altas temperaturas dos últimos dias e da baixa umidade relativa do ar, acontece uma maior evaporação da água superficial da bacia. Ao lado destes fatores, existiu também o aumento do consumo de água nas cidades, o que contribui para uma maior necessidade de água e diminuição da vazão. “O governador, desta forma, deu ênfase para que a população da área urbana realmente economize dentro do esforço comum que está sendo realizado para evitar o racionamento”, disse a secretária.

Este esforço inclui também uma força-tarefa de fiscalização para verificar se os cerca de 400 reservatórios que ficam a montante estão sendo fechados, não deixando passar a água para jusante (vazão de fundo), além do desrespeito à proibição de irrigação durante o dia. Segundo a Semad, 70 dessas 400 represas têm 42 milhões de metros cúbicos de água reservada, “A ideia é negociar com cada produtor a liberação inicial de 30% dos reservatórios para auxiliar no aumento do nível de água na bacia”, informou Andreia Vulcanis.

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O governador Ronaldo Caiado visitou ontem (11) a captação do Rio Meia Ponte (Foto: Semad/Divulgação)