Em entrevista à Sagres, nesta terça-feira (4), a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), Bia de Lima, afirmou que a venda do Hospital do Servidor Público para a Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO) é uma “ciranda orçamentária” do governo estadual.

“O próprio secretário de Saúde [Ismael Alexandrino] disse que compraria o hospital por R$ 150 milhões, enquanto o novo presidente disse que venderia o hospital por R$ 128 milhões. Foi a primeira vez, na minha vida, que eu vi o vendedor oferecendo um valor aquém do mercado. Ofereceu por R$ 128 milhões quando o próprio comprador disse que pagaria R$ 150 milhões”, relatou Bia de Lima.

Ouça a entrevista completa:

Após a venda do Hospital do Servidor, a presidente do Sintego entrou com um mandado de segurança contra a operação, em conjunto com mais três representantes dos servidores: Nylo Sergio Jose Nogueira Junior (Sindipúblico), Luís Cláudio Coelho de Jesus (Associação dos Subtenentes e Sargentos do Estado de Goiás – Assego) e Nelma das Graças Almeida Felix (União Goiana Policiais Civis – Ugopoci).

A alegação dos representantes é que foram excluídos da reunião decisória e que o preço de venda foi R$ 22 milhões inferior a seu valor. “No dia da votação, houve uma manobra, onde o presidente não chamou a reunião, passou por cima do Conselho Deliberativo do Ipasgo (CDI) e vendeu a toque de caixa, na calada, sem nenhum representante das entidades dos servidores públicos para autorizarem essa venda”, declarou a presidente do Sintego.

Em relação ao montante pago pela unidade, Bia de Lima afirmou que não houve nenhuma análise técnica para definir o valor de mercado do hospital. Segundo ela, mesmo sem concordar com a venda, o quadro parecia irreversível, então a busca era por um preço justo. “Então essas avaliações técnicas que poderiam embasar, ninguém fez. O governo definiu um valor e ainda pagou menos do que tinha oferecido”, lamentou.

Em resposta, a SES-GO afirmou que o processo de aquisição do Hospital do Servidor seguiu todos os trâmites legais, com aprovação da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), do Conselho Deliberativo do Ipasgo (CDI) e sanção de Lei Estadual permitindo o ato. Em relação ao valor de R$ 128 milhões, a nota informou que a estimativa de R$ 150 milhões mudou após análises e conforme definição do CDI.

Hospital Estadual da Criança e do Adolescente

No local, o governo de Goiás prevê o funcionamento do Hospital da Criança e do Adolescente, para suprir “uma demanda que clama há anos por soluções concretas no Estado, que é a estruturação de um serviço de pediatria”. O hospital oferecerá atendimento para todos os goianos.

A SES-GO ressaltou ainda que os servidores que contribuem com o plano do Ipasgo não serão desassistidos, pois “há um planejamento de ampliação da rede credenciada, com descentralização dos serviços em diferentes unidades de saúde, localizadas em pontos estratégicos de todo o território goiano e não somente na capital”.

Confira a nota na íntegra:

Todo o processo para aquisição do prédio, que antes pertencia ao Instituto de Assistência dos Servidores Públicos de Goiás (Ipasgo), seguiu os trâmites legais, como aprovação pela Assembleia Legislativa de Goiás (Goiás) e pelo Conselho Deliberativo do Ipasgo (CDI), além de sanção de Lei estadual permitindo o ato. Inicialmente, o valor estimado era de R$ 150 milhões, entretanto, após análises a compra pela SES-GO foi realizada por R$ 128 milhões, conforme definição do CDI.

No local, funcionará o Hospital Estadual da Criança e do Adolescente, que irá suprir uma demanda que clama há anos por soluções concretas no Estado, que é a estruturação de um serviço de pediatria que atenderá todos os goianos de forma integral, universal e equânime, sendo referência na área.

Em relação aos serviços do Ipasgo, os servidores que contribuem com o plano não serão desassistidos, pois o planejamento para o Instituto é de ampliação da rede credenciada, com descentralização dos serviços em diferentes unidades de saúde, localizadas em pontos estratégicos de todo o território goiano e não somente na capital, como seria com o Hospital do Servidor.

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