A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que visa ampliar a imunidade parlamentar atropelou todas as outras votações da Câmara dos Deputados e virou prioridade para os congressistas. Essa velocidade na tramitação do Projeto, segundo a deputada federal Flávia Morais (PDT), causa uma certa suspeição a maneira acelerada como o projeto está sendo colocado para votação.

“E nesse momento acho que é hora de bom senso. Esse assunto talvez tinha que ser adiado. Nós tentamos de todas as formas adiar essa votação, até para que fosse mais discutido, para que a gente pudesse ouvir o que a sociedade pensa sobre . E é importante que nós tivéssemos mais tempo para discutir e que não fosse votado dessa forma”.

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Além de considerar que a pauta precisa ser mais discutida antes da votação, a deputada também vê como um tema de menos importância no momento. Para Flávia é necessário “colocar logo em pauta essa questão da vacinação, projeto sobre a vacinação, auxílio emergencial que com certeza são pautas mais urgentes para nós”.

Flávia ainda explicou que os apoiadores dessa proposta, provavelmente não são da mesma base que elegeu Arthur Lira presidente da Câmara. Ela cita que vários partidos, mesmo os de esquerda, como o PDT, também forma a base que quer a aprovação da PEC. “Eu entendo que é uma união mais corporativista, envolvendo interesses diferentes”.

Questionada se o projeto não é uma resposta ao Supremo Tribunal Federal (STF), que recentemente decretou a prisão do deputado federal Daniel Silveira, que divulgou vídeo com ataques aos ministros do Supremo, Flávia afirmou que seria uma contradição. “Se ela [a proposta] for aprovada, esse deputado deve ser imediatamente solto. Isso vai acontecer. Então a gente sabe, sim, que é até uma incoerência, uma resposta dada num dia e no outro dia um projeto como esse”.

Flávia disse que a Câmara precisa ter autonomia para resolver os próprios problemas, mas que os poderes devem estar em harmonia e se respeitar. Sobre a imunidade parlamentar, a deputada contou que acredita que os políticos deveriam ter a mesma de um cidadão comum.