A meta do Atlético após a saída de Hélio dos Anjos era alterar a filosofia, e ao que parece, o diretor de futebol, Adson Batista, atingiu isso com a contratação de Wagner Lopes. O treinador de 45 anos chegou no início da tarde ao CCT do Dragão, conheceu as instalações, foi apresentado ao elenco e depois, apresentado oficialmente como técnico rubro-negro. No primeiro contato, Wagner fez questão de saber o nome de cada profissional da imprensa e mostrou a motivação para trabalhar.
“É um novo desafio na minha carreira. Nós temos condições de fazer um bom trabalho pela qualidade que a gente acompanha de longe dos jogadores. Eu acredito muito no elenco que está aqui. Mudando o treinador, muda também o jeito da equipe jogar e muda também a motivação, o foco dos jogadores, afinal é uma outra oportunidade para quem não vinha jogando, é uma chance de mostrar serviço. Sozinho a gente não consegue nada, todos tem que remar juntos para mudar”
Esse é apenas o oitavo clube na carreira de treinador de Wagner Lopes, que estava até poucos dias atrás no Criciúma, onde comandou a equipe por 15 jogos e não teve o sucesso esperado. Quando jogador, Wagner era atacante e foi revelado pelo São Paulo, onde disputou posição com Muller e Careca na década de 80. Sem espaço, buscou e encontrou o sucesso no Japão, inclusive jogando pela Seleção Nipônica na Copa de 1998. Foi lá onde garante ter aprendido tudo.
“Eu me considero muito estudioso, não tenho receio de “trocar figurinhas” e achar o melhor encaixe da equipe. Tive o prazer de trabalhar no Japão e trabalhar com várias culturas diferentes, com estilo europeu também, do alemão ao francês. Hoje, trabalhar gerenciando pessoas é muito difícil, ainda mais no futebol, onde são 30 jogadores lutando por 11 vagas no time, então é preciso ter muita tranquilidade e fazer o melhor”, destacou o treinador, que ainda destacou outros assuntos.
Recuperar a moral
“Nos últimos 30 anos eu vivi do futebol e quando as coisas não acontecem, quando vem os resultados negativos, é porque você precisa voltar ao básico, que é defender muito, não tomar gol. Essa é minha busca, é fazer o simples e não fazer o mais difícil nesse momento. Ninguém desaprende a jogar futebol, mas você precisa resgatar a confiança, porque a nossa solução está aqui dentro”
Estilo de trabalho
“Eu gosto de jogar muito ofensivamente, eu prefiro arriscar do que ficar só atrás marcando. Porém, Série A e Série B, todo jogo é muito difícil, não tem jogo fácil, e a gente sabe que futebol é muito ocupação de espaço e não me apego muito se vou jogar no 4-3-3, 4-1-4-1 ou 4-2-3-1. Então eu gosto de que o time trabalhe a bola, porque toda hora com jogo vertical sempre desgasta muito e quando precisar de força, você está desgastado. Gosto de posse de bola e velocidade”
“Nós sabemos da grandeza do Atlético e eu não gosto de perder nem par ou impar, eu quero sempre vencer. Mas, eu preciso mostrar muito pelo meu trabalho, eu prefiro trabalhar muito no dia a dia para buscar os pontos possíveis, porque a gente sabe que futebol é resultado e não adianta vir com discurso, tem é que mostrar sempre porque isso que dá continuidade no trabalho”
“Eu me considero disciplinador, mas eu preciso trazer o atleta do meu lado, preciso fazer ele acreditar que o respeito é mutuo e que eu quero o bem não só dele, como da instituição. Eu incentivo na hora que preciso, mas a minha cobrança interna é muito grande, sempre com respeito, dificilmente eu uso palavrões, não é meu perfil, evito falar de qualquer maneira com os jogadores”
Conhecimento do elenco
“O atacante vive de fazer gols e ele precisa se responsabilizar quando não os faz, então o jogador tem a parcela de responsabilidade. O Josimar é um jogador de grande potencial, eu vi ele fazer grandes jogos no Japão e acredito que fase ruim não dura a vida toda, mas pra isso você precisa trabalhar mais do que vem trabalhando, para que supere essa fase. Eu preciso fazer com que os jogadores rendam mais do que vem rendendo, por isso eu preciso de tempo para cobrar não só ele, mas os outros também”
