Na pia batismal ele nasceu Haile, ganhou o Selassie por influência do imperador etíope, conhecido como defensor da fé e foi agraciado com o Goiás antes do Pinheiro, aliás, são nomes que se confundem, pela importância que ele teve para o Estado, como empresário pioneiro no ramo de transporte coletivo e como o dirigente que deixou no clube a marca do amor, da paixão, da honestidade, da credibilidade e do crescimento.

Haile Pinheiro viveu intensamente o Goiás, muito mais que suas empresas, afinal o time era parte da família, era o amor que brotava a cada instante em seu coração. Quando assumiu o comando do esmeraldino, conhecido como time de 33 torcedores, Haile arregaçou as mangas e deu início a uma era de conquistas de títulos estaduais que se distancia muito dos concorrentes, todavia era preciso pensar em algo mais importante para o crescimento do Goiás como clube de futebol e foi então que as vistas dele se voltaram para o patrimônio, para uma estrutura física que permitisse a todos entenderem que o Goiás não era mais só um bom time de futebol e sim uma instituição respeitada, principalmente com a inclusão na seleta lista de participantes da Série A do Brasil, mesmo que o mérito desse fato tenha sido de Melchior Luís Duarte (então presidente) em 1973, reforçada logo depois com a volta dele ao comando da agremiação alviverde.

Hailé deixou para o Goiás um patrimônio invejável, de valor incalculável. Estádio da Serrinha, “pena ele ter partido antes da conclusão do mesmo”, era um sonho ver aquilo tudo pronto com capacidade para 33 mil pessoas, CT do Parque Anhanguera, esse com o mérito do irmão Edmo Pinheiro que insistiu na compra da área e hoje é um dos maiores e mais modernos Centros de Treinamentos de futebol do país, além de áreas na cidade de Aparecida onde funcionam escolinhas para formação de talentos. Os grandes títulos não vieram, mesmo tendo feito o pacto com Deus, conforme ele falou, contudo fica uma estrutura cuidadosamente preparada para tais conquistas. Caberá ao Paulo (Rogério) como ele chamava, filho dedicado ao futebol, parecido em tudo com ele, realizar tal sonho.

Haile Pinheiro foi sem dúvidas, o maior dirigente da história do futebol goiano, responsável entre outras coisas, pelo estrondoso crescimento da torcida esmeraldina, hoje a maior do Estado. Seu nome será lembrado eternamente no futebol brasileiro, pois aqui em Goiás ele é modelo para muitos, principalmente para aqueles que comandam com a honestidade à frente de tudo. Eu o coloco entre os maiores desse país.

Hailé Selassie de Goiás Pinheiro, o Imperador Esmeraldino, saiu de cena mas entrou definitivamente para a história do Goiás Esporte Clube. Que a família Pinheiro, hoje no comando do Clube, não deixe a chama da esperança de conquista de um título de importância nacional se apagar.