“O que está em jogo é a segurança de que o Estado vai continuar competitivo” disse o presidente da Adial em entrevista à Rádio Sagres 730 (Foto: Rubens Salomão / Sagres On)

O presidente da Associação Pró-Desenvolvimento Industrial (Adial), Otávio Lage Siqueira Filho, é incisivo: o relatório do deputado Lívio Luciano (Podemos) ao projeto de lei de reinstituição dos incentivos fiscais proposto pelo governador José Éliton vai destruir o parque industrial goiano a longo prazo. A Adial defende que a Assembleia convalide os incentivos já existentes no Estado sem as alterações propostas por Lívio, que é da base do governador eleito Ronaldo Caiado.

“A lei permite a reinstituição pela prática atual, que deve ser o teto. Devemos manter esse teto e depois mexer pontualmente nos casos em que há distorções. Não podemos reduzir esse teto agora, pois essas regras vão prevalecer para os próximos 15 anos”, disse o presidente da Adial em entrevista à Rádio Sagres 730 nesta sexta-feira (30). “O que está em jogo é a segurança de que o Estado vai continuar competitivo.”

Otávio Filho admite que há distorções na política de incentivos, mas pede para que não se coloquem todas as empresas “na mesma cesta”. Ele reclama da ideia de que “toda empresa está assaltando os cofres públicos”.

Para Otávio Filho, o problema de Goiás não é a geração de impostos, mas as despesas públicas e apresenta números para reforçar seu argumento: “Entre 2004 e 2017 as despesas públicas em Goiás cresceram 243%; a receita com ICMS, 278% (contra a média nacional de 249%); e a folha de pagamentos do Estado, subiu 277%. O PIB em Goiás registrou no mesmo período crescimento de 272% e o do Brasil, 235%. Isso mostra que o problema é a despesa e que a atual política de incentivos fiscais de Goiás foi positiva”.

O presidente da Adial cita a votação da licença-prêmio para juízes como exemplo de aumento de despesas. O benefício foi aprovado por meio de uma emenda do líder do governo na Assembleia, Francisco Oliveira, sem dar publicidade. “A maneira como foi feita não é boa. Quando é para aumentar o gasto público tudo pode”, reclamou.

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