Com a paralisação do futebol brasileiro na metade do mês de março, os clubes buscam negociação com seus jogadores no intuito de reduzir o salário dos mesmos durante esse período sem futebol. Sem perspectiva para o retorno das atividades esportivas, os jogadores ganharam férias coletivas e ainda não têm data para retomarem os treinamentos.

Por isso a preocupação das agremiações também passa a ser o calendário do futebol nesta temporada de 2020. Para o presidente do Atlético, Adson Batista, por exemplo, o Campeonato Goiano não deve ser retomado. Como o Dragão chegou nesta paralisação na liderança do estadual com 23 pontos conquistados em 10 rodadas, o dirigente espera que o rubro-negro seja declarado campeão.

Adson Batista (Foto: Paulo Marcos/ACG)

“Já foi (Goianão), vamos ser verdadeiros. Não adianta, o carro-chefe é o Brasileirão. Até porque os times do interior já dispensaram seus jogadores e só tem Atlético, Goiás e Vila Nova. O presidente da Federação Goiana de Futebol (André Pitta) tem me falado que vai esperar uma normativa da FIFA e eu espero que essa normativa tenha que declarar um campeão e como não tem mais como jogar, o Atlético estava na frente. Nós fizemos um campeonato limpo e honesto, então vamos aguardar porque não quero criar agitação errada. Eu queria ganhar dentro do campo, é muito mais gostoso, mas é uma questão que independe da gente porque ninguém esperava essa pandemia”, afirmou Adson ao site Futebol de Goyaz.

O “carro-chefe” citado por Adson começaria no primeiro final de semana de maio, o que não acontecerá mais. Desta forma a tendência é que o calendário fique mais apertado assim que a competição nacional começar. Por isso surgiram algumas sugestões para a alteração da fórmula de disputa, o que não concorda o mandatário atleticano.

“Eu acho que tem que manter a fórmula para mantermos a credibilidade. Pontos corridos é o mais justo, não pode haver mudança no sistema e nem na negociação com a TV porque senão os clubes vão falir e será impossível mantermos todos os nossos compromissos”, analisou.

Confiante no controle da pandemia e do início do Brasileirão, ele já começa a pensar também em reforçar a equipe. Com intervalos curtos entre uma partida e outra –como é o desenho atual-, será necessário um elenco maior do que o clube tem hoje.

“Eu confio no nosso grupo, mas se o campeonato for começar em junho e tivermos jogos quarta e domingo sem tempo para treinar, nosso elenco é muito curto e precisaremos de algumas peças. Mas como vou contratar se não temos norte nenhum? Estou aqui mantendo o equilíbrio, mas não temos um rumo definido”, explicou.

Quando tudo ser normalizar e os clubes forem novamente ao mercado, a intenção de Adson Batista é contratar jogadores pontuais já que o Dragão tem orçamento bem inferior que a maioria das equipes que disputarão a Série A.

“Esse ano é muito importante para o Atlético. Vi uma publicação esses dias com as folhas de pagamento e nós temos a menor folha. Então já caímos? Não! Nós temos que ter o Estádio Antônio Accioly e um time corajoso, porque temos condições de sermos uma equipe chata e alcançarmos nossos objetivos”, projetou.