Apurinã, Baniwa, Dessana, Kanamari, Marubo, Matis, Matses, Mawe, Mura, Nheengatu, Tariana, Tikuna, Tukano, Waiwai, Waimiri e Yanomami. Essas são 16 das 17 línguas oficiais do Amazonas. O Estado aprovou uma lei estadual que reconhece os idiomas indígenas, além do português.

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A validação, contudo, aconteceu após o evento de lançamento da primeira Constituição Federal traduzida para o Nheengatu, em São Gabriel da Cachoeira. O município é considerado o mais indígena do Brasil.

Em nota, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) afirma que a lei é um passo fundamental para o reconhecimento da cultura indígena como parte das raízes brasileiras. “Uma expressão da riqueza e diversidade do nosso país que foi ocultada por séculos pelo colonialismo. Junto a ela, entrou em vigor a Política de Proteção das Línguas Indígenas, que garante o direito ao pleno uso público da própria língua, dentro ou fora de terras indígenas”, disse a Apib no documento.

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O governador do Amazonas, Tadeu de Souza, frisou que o português é apenas uma das línguas oficiais do Amazonas. “Imaginem quão cultural, social e pessoalmente mais ricos seremos, lá na frente, quando muitos de nós aqui, ou nossos filhos, ou netos, formos capazes de nos comunicar em várias dessas línguas. Haverá uma transmissão de conhecimento que nem sequer conseguimos imaginar aqui e agora. Que esse tempo não demore a chegar”, afirmou.

Estima-se, porém, que, antes da chegada dos portugueses no Brasil, havia entre 600 e mil línguas sendo faladas pelos nativos indígenas. De acordo com o Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entretanto, hoje são cerca de 200.

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Por serem ágrafos, ou seja, idiomas de tradição apenas oral, e não escrita, quando essas línguas morrem também se vai toda uma tradição histórica secular contada oralmente. Isto é, de geração a geração, de clã para clã.

Nesse sentido, no mês passado, houve no Amazonas o lançamento da primeira Constituição Federal em Nheengatu. Foi a primeira vez que a Carta Magna do país foi traduzida para uma língua indígena.

Esse conteúdo está alinhado com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU, ODS 10 – Redução das Desigualdades

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