Goiás e Atlético decidem o Campeonato Goiano mais uma vez. O primeiro jogo da final acontece neste domingo (2), às 16h, no estádio Antônio Accioly. Nos últimos anos, os dois clubes protagonizaram grandes confrontos. Desde 2006, quando o Dragão interrompeu um longo jejum sem brigar diretamente pelo troféu, são nove confrontos finais, com cinco triunfos rubro-negros e quatro esmeraldinos. Mas essa história de decisões começou há mais de 50 anos. Precisamente, em 1972, com o estádio Olímpico lotado e o bicampeonato do Verdão.
A 1ª decisão
Entre 1944 e 1970, o Campeonato Goiano não tinha finais diretas. Por isso em 1972, Goiás e Atlético fizeram a 1ª final entre eles. Ainda sem o Serra Dourada, inaugurado em 1975, os grandes jogos aconteciam no estádio Olímpico. De um lado o Verdão comandado pelo professor Paulo Gonçalves. Do outro, o Dragão do técnico Armando Renganeschi. No meio-campo esmeraldino, Matinha, que venceria o seu primeiro Goianão.
“Primeiramente eu tinha acabado de chegar. Estava jogando a segunda divisão mineira em Araguari. Então disputei a Copa Leonino Caiado no finalzinho de 1971, depois montamos um bom time em 1972 e fizemos a final contra o Atlético, que era o favorito ao título porque tinha Paguetti, Dadi, Raimundinho, só jogadores bons”, lembrou Matinha.
E, de fato, as duas escalações tinham nomes que entrariam para a história do futebol goiano. O Atlético jogou com Pedro Bala; Campista, Nelson, Tung, Ebionis e Zé Geraldo; Dadi e Claudinho; Paghetti, Luisinho e Maurício. Já o Goiás contava com Wandeir; Wagner, Emílio, Alexandre e Cláudio; Matinha e Tuíra; Ulisses, Reis, Lincoln e Helinho. O gol do título esmeraldino foi marcado por Lincoln, o “Leão da Serra”, na vitória por 1 a 0.
Crescimento da torcida
De acordo com Matinha, a torcida do Goiás estava em crescimento quando chegou. o clube vinha do título de 1971 e aquele rótulo dos “33” já estava acabando. Uma prova: a presença de esmeraldinos na decisão contra o Atlético.
“Quando cheguei em 1971 me disseram que o Goiás só tinha 33 torcedores. Claro que não acreditei. O Atlético já tinha uma torcida grande, por outro lado naquela final, no setor que ficava a torcida do Goiás, estava muito mais cheio, lotado, não cabia ninguém mais”, destacou Matinha.
Tuíra e Lincoln
A lembrança saudosa de Matinha com o título de 72 não se resume ao jogo decisivo contra o Atlético. O ídolo esmeraldino fez questão de lembrar dos companheiros de time, sobretudo do meia Tuíra e do atacante Lincoln.
“O Tuíra transmitia pra gente uma consciência muito grande na hora do jogo, bem como muita confiança. Eu era um jogador mais “pegador”, em contrapartida o Tuíra era mais técnico saia pra jogar. Enfim, nós nos completávamos. Já o Lincoln, era fácil jogar com ele. O “Lincão” era forte e chutava muito bem de esquerda”.
Base para 73
E além do título, o time de 72 deixou um legado: a base que disputaria o Campeonato Brasileiro de 1973, o primeiro do Goiás. Junto com os campeões goianos, outros jogadores que foram contratados, inclusive do Atlético, vice-campeão no ano anterior.
“A gente tinha jogado contra o Goiânia que tinha o Lucinho, que era bom demais. Ele matava o nosso time. Então fomos na diretoria e pedimos que fosse contratado. Com o Paguetti, no Atlético, a mesma coisa. Raimundinho também chegou. Aí fizemos uma campanha maravilhosa no Brasileiro quando ninguém esperava”, detalhou Matinha.
Quem chega melhor?
Hoje com 72 anos, Matinha mora em Goiânia e logo acompanha o filho Natan, que também joga como volante e atualmente está no elenco principal do Goiás. Porém a proximidade com o clube esmeraldino, não interfere na sua opinião sobre qual time chega melhor para conquistar o Campeonato Goiano 2023.
“Acho que o Atlético tem mais toque de bola. Trabalha melhor a bola. O Goiás faz muita transição, acima de tudo com muitos balões. Claro que vou torcer pelo Goiás, todavia pra mim, o Atlético chega um pouco melhor pra decidir”.
*Com informações do futeboldegoyaz.com.br
