Dentro de campo, o Vila Nova Futebol Clube conseguiu superar a pandemia e conquistar seu maior objetivo na temporada de 2020 que era o retorno para a Série B do Campeonato Brasileiro. De quebra, o colorado ainda sagrou-se campeão da Série C pela terceira vez em sua história. Além da importância para marca e o futebol do clube disputar novamente a segunda divisão nacional, o acesso foi essencial também pelo aspecto financeiro já que terá uma arrecadação maior do que a do último ano.

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Como disputou a terceira divisão do Brasileirão, o Tigre não teve receita referente às cotas de transmissão da competição e ainda precisou lidar com a ausência do torcedor no estádio e das rendas de bilheteria. Até por isso, o balanço vilanovense registrou uma receita líquida de R$ 7.756.651,00 milhões contando ações de marketing, programa de sócio-torcedor, patrocínios e negociação de atletas.

Mesmo com essa quantia entrando nos cofres, o Vila Nova ainda conseguiu diminuir o déficit comparado os números de 2019. Se há dois anos o número era de R$ 4.994.868,00 milhões, na última temporada houve uma redução para R$ 2.490.920,00 milhões. Sendo assim, apesar de fechar ‘no vermelho’, a diretoria faz uma avaliação positiva do que foi apresentado no balancete.

“Se comparar a nossa arrecadação com os outros dois concorrentes da capital, a gente tem em relação ao Goiás um valor inferior à 10% do que eles arrecadaram e em relação ao Atlético-GO uma arrecadação inferior a 15%. É difícil, mais um ano de muita luta. Ficamos tristes pelo fato da pandemia ter nos tirado a possibilidade de terminar o ano ‘no azul’. Apesar de termos terminado ‘no vermelho’, se colocarmos na balança, a gente não vê dessa forma uma vez que pagamos aproximadamente R$ 2,5 milhões de dívidas trabalhistas, fizemos mais de R$ 1 milhão de obras no clube. Então dentro de toda dificuldade que foi esse ano de 2020 e começo de 2021, nós ainda avaliamos de forma positiva. Quem for comparar os anos de 2019 e 2020 pode analisar o carinho que tivemos com o clube buscando reduzir de todas as formas possíveis as despesas”, explicou o presidente Hugo Jorge Bravo à Sagres.

Os acordos feitos com dívidas trabalhistas que foram adquiridas em gestões anteriores diminuem um pouco do passivo que ainda é grande. Tanto que o clubes não pode contar com as premiações da Copa do Brasil em 2020, visto que a primeira cota referente à participação no torneio havia sido antecipada e o valor correspondente à classificação para a segunda fase foi penhorado integralmente.

Um item que chama atenção no documento divulgado pelo Vila Nova contendo detalhes da sua situação financeira é a quantia que o clube deve para conselheiros. Ao todo são R$ 56.275,00 milhões de empréstimos feitos com pessoas ligadas à agremiação, como os ex-presidentes Carlos Alberto Barros e Sizennando Ferro.

Por outro lado a diretoria celebra o aumento na arrecadação com negociações de jogadores. Se em 2019 o Vila Nova ganhou R$ 805 mil, no ano passado esse valor subiu para R$ 1.146,00 milhão com o clube ainda mantendo um percentual dos direitos econômicos destes atletas para lucra em vendas futuras. Segundo Hugo Bravo, essa prática não será exclusividade desta temporada, mas sim algo recorrente no presente e no futuro para o Tigre consiga movimentar o seu caixa.

“Tenho convicção absoluta de que é possível que esses jogadores que nós ‘esparramamos’ pelo mercado venham a ter sucesso e não vai demorar. Vamos continuar fazendo negócios. Nós recebemos há alguns dias o gerente de inteligência do Santos, semana passada foram o coordenador de captação e o chefe do scout do Athletico-PR e nos próximos dias devemos negociar mais garotos com essas duas equipes. Essa é a modalidade que a gente acredita, o Vila Nova precisa acertar uma grande venda num clube que tenha uma vitrine melhor, disputando um nível de competição maior. Ano passado fizemos em torno de 12 negócios com garotos e nesse ano de 2020 nós temos uma mate interna de fazer de 15 a 20 negociações”, afirmou o presidente vilanovense.