Foi arquivado nesta terça-feira (4), o projeto que antecipa as eleições da Mesa Diretora da Câmara de Goiânia. O presidente da Casa, Romário Policarpo (Patriota) arquivou o texto após o vereador Leandro Sena (Republicanos) ter apresentado um manifesto com a assinatura de pelo menos 22 vereadores que se colocaram contrários ao tema. Membros da Prefeitura de Goiânia entraram na negociação e agiram nas articulações.

O projeto visava dar condições para antecipar o processo eleitoral na Câmara, além da criação de uma quarta vice-presidência e de mais cadeiras nas Comissões Mista; de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) e ainda para as de Educação e Cultura: Ciência e Tecnologia: Saúde e Assistência Social; Trabalho e Servidores Públicos; e Habitação, Urbanismo e Ordenamento Urbano.

Após a aprovação do projeto na última quinta-feira na Comissão Mista da Câmara, vereadores mais próximos ao Paço Municipal ficaram preocupados. O secretário de Governo, Arthur Bernardes entrou na questão e conversou com parlamentares, segundo confirmou alguns vereadores ao blog.

Ele participou da articulação com os vereadores que começaram a colher assinaturas dos colegas. Nos bastidores, uma preocupação de agentes políticos ligados ao Paço é que uma antecipação daria “poderes em excesso” ao grupo do presidente Romário Policarpo, principalmente no último biênio, ou seja, nos anos de 2023 e 2024, caso fosse viabilizada a reeleição de Policarpo.

O entendimento é que numa eventual tentativa de cassação do mandato do prefeito, por meio de representações, o que na prática é um pedido de impeachment, Policarpo assumiria provisoriamente o mandato e haveria a realização de uma eleição indireta, com vereadores escolhendo um novo prefeito para completar o mandato.

Na última segunda-feira (3), o dia foi de várias conversas entre os vereadores sobre o assunto. O embate foi bastante duro. No dia seguinte, ou seja, na manhã desta terça-feira (4), o vereador Santana Gomes (PRTB) subiu à tribuna e voltou a direcionar várias críticas a figuras políticas ligadas ao Republicanos, partido do prefeito Rogério Cruz, entre eles Wanderley Tavares que é presidente da legenda no Distrito Federal e colaborou coma as mudanças na prefeitura de Goiânia.

Na sequência, a vereadora Sabrina Garcez (PSD), subiu na tribuna e rebateu as colocações feitas por Santana Gomes. Sabrina criticou a “velha política do toma lá da cá”. Não poderia deixar de subir a essa tribuna diante do que o vereador que me antecedeu colocou. Percebo que alguns vereadores vivem uma série de aventuras que são desmentidas pela realidade que temos na cidade de Goiânia”, afirmou.

O líder do prefeito na Casa, vereador Sandes Júnior (Progressistas), se limitou a dizer que Santana não citou, em seu pronunciamento, o nome do prefeito e que por esse motivo não pediu a palavra para fazer sua defesa. No entanto, o vice-líder Anselmo Pereira (MDB) discordou e disse que deveria sim haver uma defesa, pois houve um questionamento da idoneidade do Poder Executivo.

O debate tomou praticamente toda a sessão da Câmara de Goiânia. Sargento Novandir (Republicanos), chegou a ler alguns nomes dos vereadores que são contra a proposta do comando da Casa.

“É importante esse manifesto em que 25 vereadores assinaram e não aceitamos neste momento a busca da nova reeleição. A Casa de Leis vai aguardar regimentalmente de dois em dois anos a eleição”, disse Leandro Sena.

Veja os nomes dos vereadores que assinaram o manifesto:

Célio Silva (PTC), Léo José (PTB), Raphael da Saúde (DC), Marlon (Cidadania), Kleybe Morais (MDB), Isaías Ribeiro (Republicanos), Clécio Alves (MDB), Willian Veloso (PL), Thiallu Guiotti (Avante), Pr Wilson (PMB), Henrique Alves (MDB), Dr Gian (MDB), Lucas Kitão (PSL), Leandro Sena (Republicanos), Leia Klebia (PSC) Izídio Alves (MDB), Gabriela Rodart (DC), Edgard Duarte (PMB), Ronilson Reis (Podemos), Geverson Abel (Avante), Sargento Novandir (Republicanos) e Sabrina Garcez (PSD). Outros três vereadores teriam assinado o manifesto.