O ex-ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (Foto: Marcello Casal Jr./ABr)

Após o anúncio da demissão feita nas redes sociais, Luiz Henrique Mandetta concedeu entrevista coletiva no auditório do Ministério da Saúde para falar sobre a sua saída do cargo. Ele elogiou a equipe, citando diversos secretários, coordenadores e assessores. Ressaltou que a atuação da sua gestão contribuiu para achatar a curva de contágio da pandemia de Covid-19 no país, evitando uma subida íngreme, pediu que secretários e assessoria da Pasta apoiem o novo ministro, Nelson Teich. 

“Trabalhem para o próximo ministro tal qual vocês trabalharam para mim. Ajudem, não meçam esforços. Se trabalhavam para mim numa zona de conforto, pela equipe já estar organizada, desdobrem-se para que eles tenham o melhor ambiente para trabalhar”, pediu. “Não tenham medo. Não façam um milímetro diferente do que vocês sabem fazer. Eu deixo este Ministério da Saúde com muita gratidão ao presidente por ter-me nominado e ter permitido que eu nominasse cada um de vocês”, afirmou. “Não tenham uma visão única, não pensem dentro da caixinha. Às vezes isso é uma grande oportunidade, uma equipe que pensa diferente”, disse.

Mandetta pediu aos servidores e gestores que auxiliem no novo comando da pasta, defendendo uma transição “tranquila”, como afirmou na entrevista coletiva de ontem (15). “Minha última ordem [é] para que vocês possam fazer o melhor”, recomendou, ao acrescentar que deve ser mantida a defesa “intransigente” do Sistema Único de Saúde (SUS) e da ciência.

Ele alertou para a importância de continuar o cuidado para evitar a disseminação do vírus e defendeu que o mais importante é seguir as orientações dos gestores locais de saúde, como secretarias municipais e estaduais de Saúde. “Não pensem que não estamos livres de um pico de ascensão desta doença. O sistema de saúde ainda não está preparado para uma marcha acelerada. Sigam as orientações das pessoas mais próximas que estão em contato com o sistema de saúde, que são os prefeitos e governadores”, destacou. 

Henrique Mandetta foi demitido por conta das divergências públicas com Bolsonaro sobre o método de enfrentamento da pandemia. O ex-ministro defende o isolamento social como forma de reduzir a velocidade da contaminação, enquanto o presidente da República apoia a retomada da economia.

Quase ao mesmo tempo que a coletiva de despedida de Mandetta, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciava o novo ministro da Saúde, Nelson Teich, no Palácio do Planalto. “O que conversei com doutor Nelson? Que gradativamente nós temos que abrir o emprego no Brasil. Essa grande massa de humildes não tem como ficar dentro de casa”, acrescentou o presidente.

Antes de anunciar Teich, Bolsonaro disse que se reuniu por cerca de 30 minutos com Mandetta para oficializar a transição. Em seu pronunciamento, o presidente disse que a saída do ex-ministro foi como um “divórcio consensual”. 

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