Você já conhece o termo “geração nem-nem”? São jovens que não trabalham e nem estudam, e é um desafio significativo para a sociedade. Com esse cenário, os programas de aprendizagem emergem como ferramentas fundamentais para transformar essa realidade, oferecendo oportunidades que não apenas capacitam esses jovens, mas também os inspiram a construir trajetórias mais promissoras.

A jovem aprendiz Maria Fernanda Moreira conta que tem colegas que desistiram do colégio para trabalhar. Porém, a falta de oportunidade de emprego acaba influenciando negativamente a situação do jovem que terminou o ensino médio, porque assim ele não consegue encontrar emprego.

“Eu vejo que muitos jovens têm dificuldade em se posicionar no mercado de trabalho e sinto que não há uma inclusão desses jovens. Essas pessoas acabam não conseguindo ajudar em casa e não levam o estudo adiante por achar que não vai mudar em nada”, conta a jovem.

A adolescente ainda conta que a Rede Nacional de Aprendizagem, Promoção Social e Integração (Renapsi) oferece uma oportunidade para a juventude. Foi o que aconteceu com ela. Aos 17 anos tem seu primeiro emprego e percebe os benefícios disso.

“Ter uma porta para o mercado de trabalho me ajudou para que eu conhecesse e entendesse outras pessoas, saísse da minha zona de conforto e fez com que eu conhecesse outras coisas que eu não aprendi dentro da escola, mas que no âmbito profissional eu conheci e aprendi” explica Maria.

Sonho realizado 

Assim como a Maria Fernanda, a jovem aprendiz Yasmim Ferreira já está em um programa de ensino e aprendizagem. A menina conta que sonhava com o primeiro emprego e ficava horas pensando em como seria quando a oportunidade chegasse. Segundo a jovem, o Programa Jovem Aprendiz foi uma grande oportunidade na vida dela e com ele aprende todos os dias.  

“Ter acesso ao mercado de trabalho pelo programa jovem aprendiz foi muito importante para mim. Me trouxe um norte já que traz um guia para tudo o programa me ofereceu um passo a passo desde o primeiro momento da entrevista, me deram dicas do que fazer lá, como me comportar e até vestimenta. Isso foi muito importante porque eu nunca tinha feito uma entrevista de emprego. Além disso, tenho muitas expectativas para o meu futuro e sinto que estou sendo integrada na sociedade”, ressaltou a jovem.

Segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, o Brasil é o segundo país, de um total de 37 analisados, com maior proporção de jovens, com idade entre 18 e 24 anos, que não estudam e não trabalham. A psicóloga Adelayde Morais esclarece que a geração nem-nem possui características peculiares que acabam contribuindo para esse quadro. 

“Esses jovens têm um excesso de autoconfiança, eles se acham super habilidosos e com isso não têm resistência à frustração e dificuldade em lidar com autoridade. Esse comportamento acaba   inviabilizando a entrada deles no mercado de trabalho”, explica a psicóloga.

Autoconhecimento 

Outro ponto que precisa ser destacado é que há casos em que é importante considerar que os jovens tenham autoconhecimento para que saibam qual é a área de maior interesse e de maior domínio na hora de escolher uma profissão. 

O presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos Seccional de Goiás (ABRH-GO), Milton Marinho ressalta que as profissões têm se modificado muito hoje em dia. As oportunidades são cada vez mais renováveis, pois a tecnologia trouxe esse efeito.

“No passado já havia uma grande dificuldade em reconhecer quais eram aquelas carreiras de desejo, hoje essa dificuldade é muito maior. Esse é um ponto muito natural, um aconselhamento de carreira e uma orientação profissional são pontos fundamentais para orientar o jovem”, ressalta Milton.

O tema desta reportagem integra o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU), ODS-08 Trabalho Decente e Crescimento Econômico e ODS-04 Educação de Qualidade.

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