O Banco Central e a Administração Federal de Ingressos Públicos (Afip) informaram nesta sexta (6), que as medidas do governo argentino para restringir a compra de moedas estrangeiras, incluem o real. “As medidas não são apenas para a compra de dólares, mas para reais e qualquer outra moeda estrangeira”, esclareceram.

Na quinta-feira (5), o governo formalizou a “suspensão” de compra de moeda estrangeira para a poupança, segundo comunicado do Banco Central. As medidas de restrição ao câmbio começaram a ser aplicadas em outubro do ano passado, após a reeleição da presidenta Cristina Kirchner.

Em junho, as medidas foram ampliadas aumentando as queixas dos argentinos acostumados, pelo menos desde a década de 1970, segundo economistas, a comprar e vender imóveis em dólares e a poupar, principalmente, na moeda norte-americana.

Na prática, atualmente toda operação feita pelas casas de câmbio argentinas deve ser aprovada pela Afip. Uma pessoa que queira viajar ao exterior deve informar o destino e quantos dias de viagem têm programados para justificar a compra de moeda estrangeira.

Caso a viagem seja cancelada, o governo dá um prazo de “cinco dias úteis” para “devolver” a moeda adquirida no mesmo local onde fez o câmbio. Oficialmente, as medidas não afetariam o turismo, mas as agências de viagens reclamam que as restrições atingem o setor. Também passou a ser comum compradores de imóveis apelaram à Justiça para conseguir autorização para adquirir dólares para a compra destas propriedades.

“A Câmara Federal da localidade de General Roca ratificou a restrição, impedindo que um petroleiro, que justificou sua renda, comprasse US$ 125 mil para a compra de um apartamento”, informou o jornal El Cronistanesta sexta.

Críticos do governo acreditam que as restrições cambiais e de importações estariam contribuindo para desacelerar a economia. No caso das importações, o setor produtivo reclama que precisa de insumos para sua cadeia de fabricação.

Agência Brasil