O futebol é antes de mais nada uma paixão e, como toda,s é feito de extremos. Com raras excessões, o torcedor é oito ou 80.  Justamente aí entra a necessidade de equilíbrio do dirigente, para não deixar a gestão seguir o vento que move a biruta da torcida: se vence está tudo resolvido, mas se perde está tudo lascado.

Após a derrota para o Corinthians, na Arena Neo Química, o torcedor atleticano perdeu o encanto que já não andava lá estas coisas, com a situação do time no campeonato brasileiro. A maioria jogou a toalha. Veio o jogo contra o Avai, também fora de casa, no Estádio da Ressacada e o Atlético venceu por 2×1 e a esperança se restabeleceu, com uma certa euforia.

O que houve de diferente neste último jogo, foi a saída do comando técnico do time, do treinador Eduardo Batpista, que pediu as contas. Pronto: a culpa era toda do Eduardo Batpista e livre dele o Atlético volta figurar entre os grandes times brasileiros, agora comandado pelo membro da comissão permanente, Eduardo Sousa. Não, isto não é real.

Realmente o Eduardo Sousa montou um time melhor, esquematizou melhor a equipe, aproveitando melhor o perfil de cada um dos atletas que participaram da peleja, mas a situação do Atletico ainda é delicada. Só muito emprenho, entrega mesmo do time, para que o clube esteja presente na série A do ano que vem.

O Atlético é o penúltimo colocado, com 25 pontos, ainda tem nove jogos para fazer, logo, ainda tem em disputa 27 pontos. Destes nove jogos, cinco são em casa. Vamos aos jogos: Em casa – Fluminense, Palmeiras, Ceará, Santos e Atléthico PR; Fora – Juventude, São Paulo, Fortaleza e América MG. Levando em consideração o aproveitamento das equipes na competição, o Atlético só pode ser considerado favorito contra o Juventude, que já pode ser considerado rebaixado para série B.

É por isto que a superação será a arma que os jogadores atleticanos precisarão usar para vencer a guerra contra o rebaixamento. Mas se não é hora de euforia, também não é hora de jogar a toalha.

Muita água passa debaixo da ponte em reta final das competições no futebol: times cujo dinheiro acaba, com o consequente atraso no pagamento dos jogadores, contusões, jogadores que acertam contratos com outras equipes para a próxima temporada e deixam de se interessar pela time atual, vácuo na tabela, que é quando o time não atinge objetivo nenhum pra cima e nem corre risco nenhum pra baixo.

Tudo isto influência na performance das equipes em campo. O jogo contra o Fluminense tem um papel importante. O time carioca tropeçou diante do Atlético MG e vem com tudo pra cima do Atlético, nesta quarta feira.

Situação boa para o esquema tático montado pelo técnico Eduardo Sousa, que tem maior eficiência ofensiva quando é atacado, para sair em velocidade. Passado o Fluminense, vem outro jogo em casa, diante do Palmeiras, grande favorito para ganhar o campeonato e que é também o grande favorito para o confronto que acontece em Goiânia, dia 10.

Logo depois vem o Juventude e se perder para o Palmeiras, o que será bem natural, há possibilidade de recuperação imediata contra o Juventude, jogo fora de casa, que vem na sequência e de manter a possibilidade de vitória contra o Ceará em casa. A partir daí é fazer as contas nos cinco jogos que faltarão.

Até o jogo contra o Ceará, já teremos um norte se a toalha deve ser jogada, ou se a euforia deve ser fomentada. Até lá, o ideal é manter o equilíbrio.

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