Dor por mais de três meses em todo ou qualquer parte do corpo, pontos dolorosos na musculatura, alteração do sono e fadiga, quadro de depressão ou ansiedade, alterações do hábito intestinal e até cognitivas, como falta de memória ou concentração. Estes são alguns dos sintomas da fibromialgia, uma doença invisível e muitas vezes mal compreendida, marcada pela presença de dores generalizadas e crônicas, como explica a psicóloga e especialista na doença, Jordana Ribeiro, em entrevista ao Sagres em Tom Maior desta terça-feira (10). Assista a seguir a partir de 01:11:00

”Não tem um ponto específico para a fibromialgia. A gente fala de 18 pontos de dores no corpo todo, mas a pessoa tem uma sensação como se a dor andasse no corpo inteiro, fora as parestesias, que são sensação de dormência, queimação, agulhada e formigamento também”, afirma.

No dia 12 de maio será celebrado o Dia Nacional de Conscientização e Enfrentamento da Fibromialgia. A data proporciona maior visibilidade ao tema e colabora para a inserção da temática nas agendas públicas, fomentando o debate, a disseminação de informações e maior conscientização da sociedade, podendo melhorar a qualidade de vida das pessoas com essa condição e de suas famílias.

A síndrome afeta cerca de 5% da população mundial e mais de 4 milhões de brasileiros. Mulheres, entre 25 e 65 anos, representam as pessoas mais surpreendidas pelo diagnóstico. De acordo com Jordana Ribeiro, o simples adoecimento, fator emocional, pode agravar a situação de quem sofre de fibromialgia.

”Eu costumo dizer que as doenças conversam com a gente. Como? Determinados traumas que vão acontecendo no decorrer da vida dessa pessoa vai ficando registrado no sistema límbico, que a gente chama de cérebro das emoções. Esse sistema límbico procura algumas formas de expressar esses traumas. E se esses traumas não são elaborados de uma forma assertiva, ele vai entrando em contato com o sistema imunológico”, explica.

Com causa ainda desconhecida, muitos aspectos relacionados aos gatilhos para o desenvolvimento da fibromialgia foram elucidados nas últimas décadas pela medicina. A psicóloga traça um perfil de quem sofre da doença.

”São pessoas muito rígidas, muito perfeccionistas, que querem tudo para ontem, que têm a tendência de abraçar o mundo, de engolir muita coisa, e isso vai gerando uma rigidez no movimento de vida. Se tem rigidez no movimento de vida, isso reflete no corpo”, pontua.

Fibromulheres

Sendo uma síndrome diretamente relacionada a fatores emocionais, Jordana, mestre em psicologia clínica e da saúde, psicoterapeuta especialista em fibromialgia, desenvolveu o programa Fibromulheres, que ensina mulheres a atingirem a remissão da comorbidade sem remédios em três meses.

”Isso é feito através da autopercepção. Quando a paciente tem as perguntas certas, essa percepção e as ferramentas certas para que ela, nos pontos de dores, entenda a mensagem da dor, ela consegue por ela mesma ter essa remissão”, afirma.