Balança comercial brasileira bate recordes em 2021 e no mês de outubro

A balança comercial brasileira bateu novos recordes para no ano de 2021, até o mês de outubro, com aumento no superávit, na corrente de comércio, que é a soma das exportações e importações, e nas exportações. De acordo com dados divulgados, na última quarta-feira (3), pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia, o superávit acumulado no ano bateu US$ 58,58 bilhões. Isso representa um crescimento de 29,6%, em comparação com o mesmo período de 2021.

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Já a corrente do comércio teve crescimento de 37%, que resultou na soma de US$ 413,16 bilhões. As exportações apontaram um acréscimo de 36%, com US$ 235,87 bilhões de resultado. Por fim, as importações aumentaram 38,3%, com valor de US$ 177,29 bilhões. 

Se considerarmos somente o mês de outubro, também foi alcançado um recorde nas exportações, que somaram US$ 22,52 bilhões. Já as importações conquistaram US$ 20,5 bilhões, com média diária acima de US$ 1 bilhão. Este é o melhor resultado para outubro desde 2015. A corrente de comércio chegou a US$ 43 bilhões, também recorde para o mês. O superávit foi de US$ 2 bilhões, com uma redução de 54,5% na média diária em comparação com outubro do ano passado.

O subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior, Herlon Brandão, pontuou, em entrevista coletiva, que o Brasil já tinha batido o recorde de superávit anual em setembro, com US$ 56,4 bilhões. “O recorde anterior foi de US$ 56 bilhões, em 2017, e agora, de janeiro a outubro, já temos US$ 58,6 bilhões. Tem a desaceleração do crescimento do preço do minério de ferro, a entressafra agrícola – com quebra da produção de alguns produtos, como milho e café – e o menor embarque nas exportações de carne bovina”, explicou o subsecretário sobre a desaceleração no aumento das exportações em outubro.

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Mesmo assim, o país ainda bateu recorde para o mês em exportações. “É natural, após um crescimento tão acentuado, ocorrer uma desaceleração das taxas de crescimento”, comentou o subsecretário. “A demanda vai se acomodando, muitos fatores conjunturais se alteram e o próprio consumo dos bens se adequa, porque a preços crescentes, em algum momento o próprio preço acaba inibindo um pouco a demanda. Então, é natural que isso ocorra em algum momento”, avaliou Herlon Brandão.  

“Observamos uma trajetória aquecida, próxima a US$ 1,2 bilhão de média diária de exportação, o que está dentro da nossa expectativa para o fechamento do ano”, finalizou o subsecretário.

Setores com maior crescimento

No acumulado de 2021, o setor que teve maior crescimento em exportações foi o da Indústria Extrativa, com alta de 73,1%. Somente em outubro, houve uma alta de 40% nas vendas externas do segmento. Já a Indústria de Transformação, responsável pela metade das exportações brasileiras, registrou aumento de 26,4% nas venda. A Agropecuária exportou US$ 48,440 bilhões no ano, que significa uma alta de 21%, em comparação com os dez primeiros meses de 2021.

Quanto aos destinos nas exportações brasileiras, a China segue como o principal endereço, que corresponde a 33,6% das compras, com geração de US$ 79,219 bilhões. Em seguida aparece os Estados Unidos, com 10,7%. As exportações para a Argentina subiram 46,3% e atingiram o patamar de US$ 9,87 bilhões. Para a União Europeia, foram exportados US$ 40,761 bilhões. 

Quando se fala de importação, a China também lidera o ranking, com 22% de participação e um valor de US$ 38,965 bilhões em dez meses. Este número indica um aumento de 36,8%. Outros acréscimos positivos nas compras foram observados pelos Estados Unidos (+33,1%), Argentina (+45,4%) e União Europeia (+27,5%).