O número de adultos hipertensos aumentou 3,7% em 15 anos no Brasil. Os dados são do Ministério da Saúde e apresentam um aumento de 22,6% (em 2006) para 26,3% em 2021 (dado que pode estar ainda mais elevado hoje). Esse acréscimo representa cerca de ⅓ da população adulta.

Fatores

Obesidade, histórico familiar, estresse e envelhecimento populacional são algumas das causas da hipertensão. Fatores genéticos e ambientais, além do consumo exagerado de sal e alimentos ultraprocessados.

“Quando envelhecemos, nossos vasos ficam mais enrijecidos, e a pressão, principalmente a sistólica, acaba aumentando. Isso pode ser observado pelo fato de 60% da população idosa ser hipertensa”, explicou o professor Luiz Aparecido Bortolotto, do Departamento de Cardiopneumologia da Faculdade de Medicina da USP e diretor da Unidade de Hipertensão Arterial do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas.

Complicações 

Quatro órgãos são diretamente afetados pela hipertensão: coração, cérebro, rins e olhos. Com o aumento da pressão arterial, o coração costuma ser sobrecarregado e dilatado, o que pode diminuir sua eficiência e causar insuficiência cardíaca no indivíduo. Já o cérebro pode ser influenciado pela pressão alta com o AVC como consequência. A pessoa pode perder movimentos, ter memória afetada e desenvolver uma demência muscular. Os rins também podem apresentar falência, juntamente com os olhos, já que os vasos oculares podem ser afetados, levando o indivíduo a perder a visão.

Sintomas e prevenção 

Cerca de 90% dos adultos afetados pela hipertensão não apresentam nenhum sintoma, portanto a demora para ser identificado na maioria das vezes. Os outros 10% costumam sofrer com dores de cabeça, tontura e outros problemas. Nos casos mais graves, é possível que apareçam sangramento no nariz, dor no peito e falta de ar.

Aferir a pressão arterial de forma correta e frequente pode auxiliar na identificação da doença. A referência para a pessoa hipertensa deve ser maior ou igual a 140/90 mmHg. 

Além dos exames preventivos, uma vida saudável também contribui para a ausência de quadro de hipertensão. Praticar exercícios físicos e consumir uma boa alimentação é essencial.

“No caso da hipertensão, diminuir o consumo de sal e de ultraprocessados é o mais importante. Além disso, ao desenvolver a doença, o uso de medicação recomendado por um profissional é constante e deve seguir para o resto da vida”, finalizou o professor Luiz Aparecido Bortolotto.

Com informações do Jornal da USP.

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