Sagres em OFF
Rubens Salomão

Celg T vai a leilão por preço mínimo de R$ 1,1 bilhão e servidores criticam venda

O Estado de Goiás realiza nesta quinta-feira (14) o leilão de venda do braço de transmissão de energia da Celg, quase cinco anos depois da privatização da antiga distribuidora – Celg D, comprada pela multinacional italiana Enel. O ativo, que terá 100% de suas ações alienadas pelo preço mínimo de R$ 1,1 bilhão, tem sido estudado por grandes grupos do setor elétrico. Inicialmente marcado para maio, o certame acabou sendo adiado para o segundo semestre.

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Houve mudanças tanto do cronograma, quanto do próprio escopo da privatização — a empresa passou por uma reestruturação societária, com o objetivo de segregar seus ativos de transmissão dos de geração. Essa reestruturação atendeu a pedidos de investidores interessados. Controlada pela CelgPar, do governo de Goiás, a Celg T detém três concessionárias de transmissão. Ao todo, seu portfólio conta com 755 quilômetros de linhas e 12 subestações próprias, que representam uma receita anual permitida (RAP) de aproximadamente R$ 216,4 milhões.

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Depois da divisão, a Celg T ficou com patrimônio líquido de R$ 1,052 bilhão. No mercado, a expectativa é de que o leilão, que será realizado na sede da B3, às 14h, em São Paulo, possa atrair grandes grupos do setor elétrico. “Embora tenha riscos, a transmissão é o mais previsível entre todos os segmentos, é quase uma renda fixa. Lógico que depende de como estão os ativos e as condições do leilão, mas [a transmissão] é quase sempre um bom negócio, acho que vai ter bastante interessado”, avalia Rosi Costa Barros, sócia da área de Energia e Recursos Naturais do escritório Demarest, em entrevista ao Valor.

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Foto: Divulgação

Interesse

Entre as empresas que já comentaram publicamente estarem estudando o ativo, estão a CPFL Energia, que recentemente adquiriu a gaúcha CEEE-T por R$ 2,67 bilhões; a EDP Brasil, que chegou a participar da disputa pela companhia gaúcha; e as transmissoras ISA Cteep e Taesa.

Servidores

O leilão da Celg T foi questionado na Justiça. O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas do Estado de Goiás (Stiueg) entrou com uma ação civil pública para suspender o certame e para evitar dispensas imotivadas, protegendo benefícios e salários dos funcionários da Celg. Porém, na semana passada, a 16ª Vara do Trabalho de Goiânia negou o pedido de tutela antecipada de urgência feito pelo sindicato dos trabalhadores.

Recuperação

Para o governo de Goiás, a desestatização da Celg T é vista como uma das medidas necessárias para auxiliar no saneamento financeiro do Estado. Os recursos que couberem ao Estado deverão ser destinados ao pagamento de passivos.

Foto: Estrutura de transmissão da Celg T, na região metropolitana de Goiânia. (Crédito: Divulgação)

Convencimento

Não fazem efeito, até agora, as sinalizações do governador Ronaldo Caiado (DEM) para retomada de conversa com o ex-prefeito de Goianésia, Renato de Castro. O atual presidente da Codego tem deixado claro a aliados que não pretende considerar reconciliação com o presidente do MDB, Daniel Vilela.

Ferida incurável

A chegada de Daniel à base governista, com definição por Caiado de que será candidato a vice em 2022, afastou Renato que já considera candidatura a deputado estadual em chapa de oposição, no próximo ano. O ex-prefeito não engole a rasteira interna no MDB que o impediu de ser candidato à reeleição em Goianésia, em 2020.

Memória

Daniel Vilela trabalhou e conseguiu impedir a candidatura municipal de Renato de Castro, depois da perseguição aos emedebistas que, como Renato de Castro, apoiaram Ronaldo Caiado ao governo na disputa de 2018.

Foto: Ronaldo Caiado no momento da posse do ex-deputado Renato de Castro na Codego. (Crédito: Divulgação)

Defesa

A Advocacia-Geral da União (AGU) se posicionou junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o possível impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Para a AGU, o processo tem natureza política e, por isso, não cabe à Corte definir prazo para sua análise na Câmara dos Deputados.

Divisão

A manifestação foi enviada em uma ação movida pelo PDT para obrigar o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), a desengavetar os pedidos de impeachment contra Bolsonaro. O relator é o ministro Kassio Nunes Marques, que chegou ao STF por indicação do presidente.

Foto: Ministro do STF, Nunes Marques. (Crédito: Fellipe Sampaio/SCO/STF)

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