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Rubens Salomão

CelgPar, controlada pelo governo estadual, propõe venda de participação total da Celg GT

A Companhia Celg de Participações (CelgPar) convocou assembleia de acionistas para discutir no próxima semana uma proposta de venda da totalidade das ações na subsidiária Celg Geração e Transmissão (Celg GT), que está avaliada em 1,5 bilhão de reais. O movimento para a privatização ocorre quase cinco anos depois da gestão estadual ter vendido suas ações no braço de distribuição de energia – a Celg-D, em que o governo também mantinha participação por meio da CelgPar.

A assembleia de acionistas para decidir sobre a desestatização da Celg GT foi agendada para a próxima quinta-feira (11), segundo comunicados da CelgPar do fim de janeiro e o governo goiano tem 99,7% das ações da companhia, enquanto que a Eletrobrás tem 0,07% e outros investidores detêm 0,2%.

A decisão pela venda será tomada com apoio de estudos de um consórcio contratado para apresentar avaliações econômico-financeiras da Celg GT e propostas de modelagem para a operação. Esses estudos apontaram para avaliação consolidada em R$ 1,530 bilhão, com data base de 30 de setembro de 2020, segundo documentos divulgados pela CelgPar para a assembleia.

Foto: Hidrelétrica de São Domingos (GO), um dos ativos da Celg GT. (Crédito: Divulgação)

Estrutura

A Celg Geração e Transmissão, subsidiária integral da CelgPar, opera as hidrelétricas de Rochedo e São Domingos, além de possuir participações em minoritárias em outras duas empresas de geração, a Energética Corumbá III e a Energética Fazenda Velha. A empresa também possui ativos no setor de transmissão de energia, com participação em quatro empresas com unidades no segmento, incluindo a Lago Azul Transmissão, da qual é controladora com 50,1% das ações.

Ampliação

A Celg GT ainda concentrou esforços recentes para ampliar os negócios em geração, tendo alocado recursos financeiros em 27 projetos hidrelétricos, “visando assegurar futuras participações nesses empreendimentos”. A companhia tem a presidência de Lener Silva Jayme e vice-presidência de José Fernando Navarrete e registrou lucro líquido de R$ 71,1 milhões exercício de 2019. Até o terceiro trimestre de 2020, o lucro líquido era de R$ 82,6 milhões.

Empecilho

Diante do avanço do processo de venda da Celg GT, já foi autorizada com aprovação de matéria pela Assembleia Legislativa, o deputado estadual Paulo Cezar Martins (MDB) apresentou projeto para paralisar todos os processo de desestatização realizados pelo governo goiano. A medida incluiria também o IPO da Saneago e venda da Iquego, que não têm avançado no governo.

Exemplo

PC Martins afirma no projeto que o momento de pandemia pode fazer com que os ativos goianos sejam desvalorizados no mercado por conta da crise causada pela pandemia de covid-19. E ele toma como base o exemplo da Celg GT: “Na prática, a proposta entregaria para os acionistas privados não só a rentabilidade, mas também o controle de geração de energia hidrelétrica e das linhas de transmissão de energia elétrica pertencentes à companhia e estratégicas para Goiás”, argumenta no projeto.

Tramitação

O projeto para paralisar as privatizações e vendas no governo estadual só poderá ser votado a partir do dia 15 de fevereiro, quando serão retomados os trabalhos na Alego. A reunião de acionistas da CelgPAR, para confirmar a venda da Celg GT, está marcada para quinta-feira (11).

Afastado

Mantido por Ronaldo Caiado (DEM) no cargo, o secretário de Governo, Ernesto Roller, tenta retomar gradativamente a presença nas articulações de bastidores na base caiadista. Ele ainda espera reunião mais detalhada com o governador para ter as “diretrizes” do trabalho e defende o “diálogo” constante com a Assembleia Legislativa.

Falta marcar

O presidente regional do Progressistas (PP), Alexandre Baldy, continua sem registrar pedido de audiência com o governador sobre possível retorno à base. É que Ronaldo Caiado afirmou ao repórter da Sagres, Rafael Bessa, que ele aceitaria conversas com todos que lhe pedirem.

Expectativa

A visita de cortesia do governador Ronaldo Caiado ao escritório de Iris Rezende aumentou a expectativa no governo para que o ex-prefeito de Goiânia passe a assumir funções, mesmo que sem cargo oficial. Ganha força a ideia de que Iris coordene um novo programa de habitação, que poderá ser inspirado em seus tradicionais mutirões.

Foto: Caiado em visita a Iris e ao cãozinho Barack, que tem nome inspirado no ex-presidente dos EUA. (Divulgação)

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