A Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) aprecia proposta enviada pelo governo do Estado, que prevê a doação de áreas públicas avaliadas em R$ 177 milhões em Anápolis, para a Companhia de Desenvolvimento de Goiás (Codego). Posteriormente a Codego fará a cessão dessas áreas para empresas, como a Transportadora Gabardo e a Caoa Hyndai.

Em entrevista à Sagres, o presidente da Companhia, Renato de Castro, explicou que entre essas cessões, algumas são para regularização fundiária. “A Caoa foi instalada há alguns anos, numa área limítrofe ao Daia e um pedaço dessa área é do governo do Estado e agora está sendo repassada à Codego para a gente fazer a regularização”.

Renato detalhou que das três glebas, uma ficará apenas com a Caoa e com a Gabardo, que operam juntas. A segunda tem empresas instaladas, que também precisam de regularização, enquanto a terceira tem mais de 200 pedidos de instalação de empresas no Daia. “Logo essas áreas estarão em posse da Codego e vamos iniciar os trâmites para entregar às empresas”.

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A oposição na Alego questionou essa cessão de áreas, considerando que a necessidade de regularização não constava no projeto. Renato afirmou que pode ter sido, de fato, uma falha, a falta dessa informação, mas não no projeto e sim na justificativa. O presidente ainda anunciou que busca alterações no regramento para a cessão de áreas públicas.

“Nossa iniciativa é dar celeridade, mas sem tirar a transparência. Existem critérios para os descontos, como número de empregos gerados, como essa empresa trata o meio ambiente, o quanto gera de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) […] A nossa vontade é simplesmente acelerar o processo e não para retirar cláusulas resolutivas que determinam ao empresário as obrigações dele em contrapartida da área. Nós não estamos lá para dar área para ninguém, estamos para fomentar o crescimento industrial e comercial do Estado de Goiás”.

Sobre a transparência, Renato disse que dentro da Companhia agora há a contabilidade, controle interno, auditoria instalada e uma equipe de compliance, justamente para fiscalizar o órgão. Outra medida que deve ser tomada é a divulgação dos contratos de cessão de áreas no Portal da Transparência.

Função da Codego

O presidente da Codego rejeitou a tese de que a Companhia funciona como uma imobiliária. Renato de Castro afirmou que a Codego atua de maneira oposta, pois enquanto uma imobiliária agrega valor em terrenos, a Companhia cede os espaços, com valores menores e descontos para as empresas. “A função da companhia é fomentar o desenvolvimento do estado. Tem nada a ver com uma imobiliária, que trabalha no sentido de ter lucro”

Política

Filiado ao DEM, Renato, ex-prefeito de Goianésia, afirmou que deve se candidatar para deputados estadual nas eleições de 2022. O presidente da Codego elogiou o comando de Ronaldo Caiado no partido e declarou que a sigla tem crescido de maneira ordenada em função da liderança do governador de Goiás.