O dia 8 de agosto é definido como o Dia Mundial do Combate ao Colesterol Alto. A doença é considerada silenciosa, visto que na maioria dos casos não apresenta sintomas. Além disso, a condição classificada como hipercolesterolmia é a principal responsável por elevar riscos de doenças cardiovasculares.
De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), cerca de 40% dos adultos no Brasil receberam diagnóstico de colesterol alto.
Principais riscos
O colesterol é formado por um conjunto de gorduras e exerce funções fundamentais no organismo. Entre elas, a produção de hormônios e vitaminas. No entanto, o colesterol conhecido como LDL, em excesso, se deposita nas paredes das artérias, formando placas de gordura.
Como resultado, o indivíduo fica exposto ao processo de obstrução de artérias, o que eleva o risco de doenças cardiovasculares. Em casos extremos, os efeitos mais comuns são o infarto agudo do miocárdio e o Acidente Vascular Cerebral.
“Muita gente possui colesterol alto sem saber”, afirma a médica cardiologista Loianny Moraes Silva, médica no Centro Estadual de Atenção Prolongada e Condomínio Solidariedade (Ceap-Sol).
Ameaças
Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 47% dos brasileiros são sedentários, ou seja, não praticam nenhuma atividade física. Assim, o estilo de vida contemporâneo apresenta uma ameaça direta para a saúde cardiovascular de grande parte da sociedade.
“Se não tratada, a tendência é progredir cada vez mais e acarretar na doença coronária. Assim, o desfecho principal seria o infarto agudo do miocárdio”, explica.
Segundo ela, ainda é comum que pacientes procurem agendar consultas médicas apenas diante do início de sintomas. Tal comportamento aumenta o risco do diagnóstico tardio, visto que, em geral, o aumento do colesterol não gera sintomas físicos notórios.
“O diagnóstico atua na missão de prevenir. O nosso foco tem que ser de prevenção cardiovascular”, defende a cardiologista.
Alimentação
O nível de colesterol alto pode ser influenciado por questões genéticas, no entanto, é influenciado principalmente devido ao consumo exagerado de alimentos ricos em gorduras trans; gorduras saturadas e ácidos graxos saturados.
Nesse sentido, segundo a Associação Brasileira de Nutrição (Asbran), cinco tipos de alimentos se destacam na quantidade dessas substâncias. São eles:
- Margarida
Frituras
Carnes gordas
Queijos “amarelos”
Leite integral
“Não tenho dúvidas de que o estilo de vida atual tem gerado cada vez mais impactos. A correria do dia a dia, que aumenta a tendência para comidas mais rápidas e ao próprio sedentarismo”, ressalta a médica Loianny Moraes Silva.
Grupos vulneráveis
Segundo estudos desenvolvidos por pesquisadores da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), cerca de um quarto (27,4%) das crianças e adolescentes brasileiros têm colesterol alto. Além disso, 1 em cada 5 possui alterações na taxa de LDL (“colesterol ruim”).
Nesses casos, a especialista Loianny Moraes Silva afirma que é necessário uma investigação sobre as influências genéticas no caso.
Outro grupo que apresenta predisposição elevada para o aumento do colesterol é o formado por pacientes soropositivos. Assim, segundo a cardiologista, as chamadas “alterações no metabolismo lípidico” em pacientes com HIV podem apresentar causas distintas.
“Os portadores de HIV têm uma predisposição maior ao desenvolvimento por vários motivos. A própria infecção pelo HIV já oferece um risco maior por alterações de metabolismo, e associado a isso, o uso das medicações que aumentam o risco”, explica.
Acompanhamento
“É muito difícil restringirmos exercícios de uma forma geral. Apenas pacientes muito específicos, que já tiveram infartos muito graves, que ainda apresenta dor no peito, por exemplo. Mas, só o fato de ter colesterol alto não é de forma alguma uma contraindicação”, ressalta.
Desse modo, a prática de exercícios físicos representa uma das principais alternativas na prevenção e no controle das taxas de colesterol no sangue.
“As diretrizes de proteção cardiovascular indicam que para se ter benefícios cardiovasculares, é preciso pelo menos 150 minutos de atividade semanal”, relembra.
*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 3 – Saúde e Bem-Estar