O dia 8 de março é um dia para relembrar as conquistas das mulheres e as que ainda precisam ser alcançadas. Uma delas é simplesmente o direito de serem ouvidas sem interrupções. A situação tem nome: ”manterrupting”, em inglês uma junção das palavras ”man” (homem) e ”interrupting” (interromper).

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”Recebo muitas mulheres que me dizem isso ‘eu não sou ouvida’, ‘meu marido me interrompe’, em reuniões sociais e em casa mesmo. Isso acontece em qualquer lugar, em qualquer processo de trabalho, em que elas estão fazendo reunião, trabalhando e de repente elas são infelizmente cerceadas de sua liberdade de falar”, afirma a psicóloga Adriane Garcia de Paula, em entrevista à Sagres TV. Assista a seguir a partir de 01:36:00

Um episódio recente ocorreu na Câmara Municipal de Aparecida de Goiânia, em que a vereadora Camila Rosa (PSD) teve o microfone cortado a pedido do presidente da Casa, André Fortaleza (MDB), em uma discussão em que ela defendia cotas de gênero. A psicóloga afirma que a situação é mais frequente do que se imagina, não apenas no meio político, mas também dentro de casa.

”Ficamos de lado, nossa voz não é ouvida, a forma como a gente se expressa não é respeitada. Pessoas dizem ‘que mulher escandalosa’, ‘que fala demais’. Há muito esse estereótipo que a mulher fala demais, de que sela fala um pouco mais alto é barraqueira”, argumenta.

Para Adriane Garcia de Paula, a orientação sobre o respeito à igualdade de gênero deve começar cedo, nas escolas, com o objetivo de fazer com que os meninos se tornem adultos conscientes.

”Nas escolas eu percebo que, embora tenha alguns movimentos para essa questão do gênero, para que as pessoas possam respeitar, independente se é mulher, se é homem, independente de qualquer situação que possa ser constrangedora para o outro ser humano. Percebo que algumas escolas têm tentado, eu tenho visitado escolas que têm se atentado para essa condição de igualdade, de respeito, mas nem sempre a gente percebe que nos lares isso acontece”