A Federação do Comércio do Estado de Goiás (Fecomércio) propôs ao prefeito de Goiânia, Iris Rezende, que o isolamento 14 dias por 14, determinado por meio do decreto nº 9.685 do governo do Estado e publicado nesta segunda-feira (29) no Diário Oficial do Estado (DOE), comece com a abertura do comércio pelos próximos 14 dias e não com o fechamento das lojas. A informação é do presidente da Fecomércio em entrevista à Sagres 730 nesta terça-feira (30). O pedido se deve ao fato de as lojas da Rua 44 só terem sido autorizadas a abrir hoje, depois de mais de 100 dias fechadas.

Iris Rezende participou da live com o governador Ronaldo Caiado (DEM), quando o professor Thiago Rangel, da Universidade Federal de Goiás, propôs ao governador e aos prefeitos adotarem o modelo de quarentena de 14 por 14 dias. De acordo com a UFG, esse modelo intermitente de isolamento pode garantir a redução da contaminação da doença em 61,5%. Iris disse que a prefeitura ia aderir ao modelo e que esperava a publicação do decreto, que ocorreu ontem à noite.

O presidente da Fecomércio, Marcelo Baiocchi, explicou a proposta feita para o prefeito de Goiânia, Iris Rezende. “Estamos em contato direto com o prefeito, argumentando com ele, que Goiânia retornou a semana passada os shoppings e comércios de rua, e hoje a região da 44”, disse. “Se for para adotar o decreto, que tenhamos 14 dias funcionando e daqui 14 dias avaliar o fechamento, mas que não feche algo que iniciou praticamente hoje na sua totalidade”, afirmou. “Seria um tiro de misericórdia nos empresários, porque é decretar falência do município mandar empresário, antes de começar a trabalhar, parar suas atividades”.

O presidente da Fecomércio ressaltou que o prefeito de Goiânia está sensível à proposta e deve se posicionar hoje. Ele destacou a capital possui 25% dos leitos contratados disponíveis. “Nós precisamos investir no atendimento das pessoas, elas não vão deixar de se contaminar e não vão deixar de precisar da saúde pública”, disse.

Mesmo com a proposta de iniciar o isolamento intermitente com os primeiros 14 dias com o comércio aberto, Baiocchi disse que vê com muita dificuldade o cumprimento do decreto, por questões trabalhistas, tributárias, custos da empresa, entre outros aspectos. “Como vamos relacionar com o empregado que fica 14 dias parado e 14 dias trabalhando? Haverá isenção ou postergação de vencimentos dos tributos? E as questões da empresa para funcionar?”, questionou.

Baiocchi citou o modelo de escalonamento adotado por Aparecida de Goiânia, (explicar modelo). “Aparecida tem regras, o empresário sabe em qual caminho o município vai caso a pandemia crescer, e sabe qual é a solução para diminuir a pandemia”, disse. “Em Goiás, ao decretar a parada por 14 dias é o tiro de misericórdia no empresário que estava começando a voltar suas atividades”.