Separação do lixo é coisa séria no condomínio da jornalista Dâmaris Machado, em Goiânia. Os moradores recebem sacos de lixo de cores diferentes para separar o que é orgânico do que é reciclável.
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“Toda semana é dado para a gente sacos azuis para esta destinação, colocar o lixo reciclável. E ninguém precisa sair da própria casa. É só colocar aqui em frente à garagem que o Valdivino pega e coloca lá na porta do condomínio, onde tem o espaço para o orgânico e para o reciclável”, explica Dâmaris.
Todos os dias ela separa o lixo em dois grandes baldes: um só para o orgânico e o outro só para materiais que podem ser reciclados. Quem reforça a importância de separação do que é descartado é a síndica Hellen Rezende. “Aqui o lixo orgânico é uma quantidade muito menor que o reciclável. E na nossa região já fazem oito meses que a prefeitura não coleta o reciclável. Quem está fazendo esse trabalho para a gente é o catador”, afirma.
Situação semelhante vive o Josimar Ribeiro, síndico de um condomínio vertical com duas torres de apartamentos em Aparecida de Goiânia. No grupo de mensagens entre os moradores, ele reforça diariamente a importância da separação do lixo. “A gente fez uma campanha no grupo de WhatsApp e nos elevadores, e pedimos para que o pessoal aderisse para que pudéssemos destinar o lixo, cada qual para o seu lugar”, explica.
No térreo e no subsolo, foram colocadas caçambas com grandes avisos para lembrar aos moradores sobre a importância de separar o material antes do descarte. Parte do que é recolhido é vendido para cooperativas de reciclagem. “A gente tira em média, por mês, de 100 a 150 quilos de material reciclável. Poderia ser bem mais, se houvesse mesmo uma separação criteriosa”, reforça.
Pouca adesão
Mas nem todos os condôminos participam. Onde Hellen mora, por exemplo, no Reserva do Bosque, localizado no setor Centerville, em Goiânia, das 44 casas, apenas entre 30% e 40% fazem a separação do lixo.
Como o condomínio horizontal terceiriza a coleta do lixo orgânico, por ser considerado grande gerador, a maior parte do que poderia ser reciclado acaba indo para o descarte comum.
Já no condomínio vertical Residencial Adriático no Jardim Luz, onde reside o síndico Josimar, só 20% dos 112 apartamentos participam da ação de separar o que é reciclável do que é orgânico.
“O grande desafio hoje é a pouca adesão das pessoas, a pouca conscientização diante de um grande problema que é o lixo. Se a gente pensar bem, amanhã ou depois vai ficar o quê para os nossos filhos? Se houvesse uma conscientização de pelo menos 98% dos moradores, o volume seria muito maior”, afirma o síndico.
Em Aparecida, a Prefeitura ainda faz a coleta dos grandes geradores. Mas em Goiânia, de acordo com a lei municipal, os condomínios horizontais precisam terceirizar o serviço de recolhimento do lixo orgânico.
Por meio de nota, a Prefeitura de Goiânia disse que vai enviar uma equipe da Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) nos próximos dias ao condomínio Reserva do Bosque para alinhar com a síndica a questão da coleta seletiva no local.
A Dâmaris acredita que a conscientização precisa começar dentro de casa. “A nossa obrigação é, no mínimo, facilitar para que isso não volte em forma de lixo para o meio ambiente. Em casa é onde começa. Tanto nós, como cidadão, temos de aprender a fazer isso, como ensinar as crianças que é uma coisa tão simples. É só lembrar que o lixo que pode ser reciclado vai para um baldinho diferente, não é um trabalho extraordinário”, conclui.
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