A campanha eleitoral de 2018 ficará registrada como a que teve o maior número de entrevistas, sabatinas e debates entre os candidatos a governador com representação no Congresso Nacional. A Rádio Sagres 730, por exemplo, fez duas sabatinas com cada um dos governadoriáveis, um debate entre eles e outro entre os candidatos a vice-governador. Durante essa superexposição espontânea na mídia, eles puderam se confrontar e provocar muitas controvérsias.

1) OPOSIÇÃO OU NÃO?

O senador Ronaldo Caiado (DEM) teve de responder mais de uma vez por que se tornou oposição a Marconi Perillo somente em 2014, quando disputou a eleição ao Senado em coligação com o MDB. O questionamento partiu, principalmente, do deputado federal Daniel Vilela. Ele cobrou a “falta de coerência do senador”.

2) CAIADISMO

O governador José Éliton e seus aliados usaram o nome da família Caiado, associada na história política goiana ao coronelismo do início do século 20, para desconstruir a imagem de seu principal adversário. Caiado escorregou desse debate, dizendo que seus antepassados já estavam mortos.

3) EMPRÉSTIMO FUROU

O candidato do DEM articulou politicamente para a CEF não liberar empréstimo de R$ 510 milhões para o Estado. Posteriormente o próprio governo recuou da negociação, alegando que as condições exigidas pelo banco eram desfavoráveis ao Estado. O governador acusou o democrata de prejudicar os interesses de Goiás, pois os recursos seriam usados em obras.

4) COFRE VAZIO

O governador enfrentou críticas dos quatro adversários em relação às dificuldades financeiras do Estado e às políticas públicas adotadas pelo governo, como a gestão de hospitais por organizações sociais. Ao final da campanha Éliton teve de administrar as crises pelos atrasos nos pagamentos da OS Gerir, que administra o Hospital de Urgência de Goiânia (Hugo); para as faculdades que atendem ao programa Bolsa Universitária; para as empresas Spacecom e VMI Security, que fazem, respectivamente, a locação de 4 mil tornozeleiras eletrônicas e de scanners para presídios em Goiás, e, por fim, dos fornecedores de alimentos para a merenda escolar.

José Éliton, por sua vez, fez a defesa sistemática do legado dos governos de Marconi Perillo, cobrou incoerência nos discursos de seus adversários e reclamou de propostas mirabolantes. Enfrentou, por fim, os desgastes políticos da Operação Cash Delivery, que prendeu Jayme Rincon, ex-presidente da Agetop, e coordenador geral de sua campanha eleitoral.

5) FRANCO ATIRADOR

O candidato do PSOL foi o franco-atirador desta campanha. Ele criticou diretamente os candidatos do PSDB, José Éliton; do DEM, Ronaldo Caiado, e do MDB, Daniel Vilela. Adotou um estilo direto e irônico. Para criticar o tucano, ironizou a situação de Jayme Rincón. “O sr. foi visitar Jayme Rincón hoje, ele está bem?”, perguntou a José Éliton no dia da Operação Cash Delivery (28 de setembro).

6) PAI PADRINHO

Daniel Vilela também foi alvo de Weslei. Ele questionou o apadrinhamento político do deputado, filho do ex-governador Maguito Vilela. “O sr. não tem padrinho, o sr. tem ‘pai padrinho’. O deputado também ouviu as mesmas críticas de José Éliton, que o acusou ainda de nunca ter tido uma carteira de trabalho assinada.