Vinícius Tondolo
Vinícius Tondolo
Vinicius Tondolo é diretor executivo do Sagres Educa, jornalista do Sistema Sagres de Comunicação, Mestre em Comunicação, docente e especialista em Objetivos de Desenvolvimento Sustentável pelo curso de formação internacional MAIA

COP 29: ONU alerta que crise climática já impacta economia global e exige ação imediata

Direto de Baku, Azerbaijão | Durante o encontro mundial de líderes, no segundo dia na COP 29, o secretário executivo da ONU para mudanças climáticas, Simon Stiell, apresentou um discurso impactante sobre os desafios urgentes da crise climática. Segundo Stiell, a crise deixou de ser uma questão apenas de preservação para gerações futuras e passou a ameaçar diretamente a economia mundial, com perdas que já alcançam até 5% do PIB em diversas nações. “A crise climática é uma crise de custo de vida”, destacou, alertando que a inflação poderá se agravar caso os países não adotem ações climáticas mais ousadas.

O secretário reforçou que os impactos climáticos estão aumentando custos para famílias e empresas, além de pressionar governos. Em uma analogia com a pandemia, ele alertou para a necessidade de ação rápida e coordenada: “Precisamos aprender com a pandemia – quando bilhões sofreram porque não agimos coletivamente rápido o suficiente. O financiamento climático é um seguro contra a inflação global”, afirmou.

Entre as pautas principais, Stiell destacou a urgência de definir uma nova meta global de financiamento climático, lembrando que bilhões de pessoas dependem das decisões tomadas em Baku. Segundo ele, “bilhões de pessoas simplesmente não podem se dar ao luxo de que seus governos deixem a COP29 sem uma meta global de financiamento climático”. Para o secretário, o financiamento não é uma questão de caridade, mas de sobrevivência econômica para todas as nações, especialmente em meio ao agravamento das condições climáticas.

Outro ponto de destaque foi o chamado à ação direta dos líderes globais para implementar novas metas e planos nacionais de combate às mudanças climáticas, conhecidos como NDCs (Contribuições Nacionalmente Determinadas). Stiell enfatizou que a transição para a energia limpa não só ajudará a combater o aquecimento global, mas também promoverá oportunidades econômicas e sociais. “Energia limpa e barata pode ser a base de suas economias. Isso significa mais empregos, mais crescimento, menos poluição sufocando as cidades, cidadãos mais saudáveis e empresas mais fortes”, afirmou.

Stiell também criticou a falta de prioridade dada ao tema nas agendas de alguns governos, que relegam a crise climática a um papel secundário em meio a outras preocupações. “Os custos descontrolados do clima deveriam ser o inimigo público número um”, disse. Ele ainda conclamou os líderes presentes a manterem o tema climático no centro de suas políticas, afirmando que “o tempo de hesitação acabou; vamos ao trabalho.”

O discurso marca um novo tom nas discussões da COP 29, elevando a pressão sobre os países – principalmente os mais ricos – para que concluam a conferência com resultados concretos e compromissos claros. Observadores esperam que o chamado de Stiell incentive uma postura mais incisiva dos negociadores, que buscam acordos duradouros e medidas que respondam à escalada da crise.

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*Este conteúdo está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), na Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU). ODS 13 – Ação Contra a Mudança Global do Clima

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