O encontro do PTB goiano no final de semana em Itumbiara foi comemorado pelo governador Zé Eliton (PSDB) porque o partido deixou claro que fica na base de apoio ao seu governo e à sua campanha à reeleição.

Mas a exposição de Demóstenes Torres, ao lado do governador, como pré-candidato ao Senado criou ruídos, que já eram ouvidos desde a posse de Zé Eliton. A partir dali, Demóstenes colou no tucano.

Alguns pontos em pauta:

  • aliados desde 2010 – quando estavam no DEM com Ronaldo Caiado e Zé Eliton foi indicado vice de Marconi Perillo -, é pública a boa relação entre Demóstenes e Eliton. Mais do que de Demóstenes com Marconi Perillo. Isso quer dizer preferência de Zé Eliton por Demóstenes?
  • como não há certeza legal para Demóstenes ser candidato, Zé Eliton estaria dando corda ao petebista na expectativa de que ele não será mesmo candidato?
  • e a senadora Lúcia Vânia, concordaria em ficar fora da chapa, depois de ter indicado apoio a Zé Eliton, ou voltará a abrir conversa com Daniel Vilela (MDB) ou Ronaldo Caiado (DEM)?

Na semana passada, o deputado estadual Henrique Arantes disse à Rádio Sagres 730 que a definição do candidato a senador ao lado de Marconi Perillo terá de seguir critério a ser estabelecido pelos partidos da base e pelo governador.

Isso considerando-se que a candidatura de Marconi é irreversível. Porém nem essa questão parece certa mais, neste momento. Demóstenes poderia estar entusiasmado porque vê possibilidade de duas vagas de candidato a senador, e não uma.

A presença de Demóstenes no jogo mexe com a base, que parecia bem resolvida até mesmo com o interesse explícito de Vilmar Rocha (PSD) em também ser candidato, e apesar de suas frequentes declarações colocando em dúvida a candiatura à reeleição de Eliton. Ele defende que Eliton será substituído até julho, nas convenções.

Uma solução posta na mesa: Demóstenes vice de Zé Eliton.

A mágica, porém, resolveria a situação interna, mas abriria a guarda ainda mais para algo que já está posto e vem chamando a atenção na base: a exposição negativa do grupo na mídia nacional.

Exposição negativa foi o que se viu nos últimos dias com volta de processos do ex-governador Marconi Perillo, que tinha foro privilegiado, para a primeiro instância; nomeação do ex-deputado federal Carlos Alberto Lereia – citado na CPMI do Cachoeira – para uma secretaria; denúncias contra petebistas; reação à possibilidade da volta de Demóstenes à política, depois de ter o mandato cassado do Senado.

Atentos a tudo estão Daniel Vilela e Ronaldo Caiado.

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Atualização em 17 de abril: Por dois votos a 3 a 2, a 2a turma do STF suspendeu os efeitos da resolução do Senado que tornava Demóstenes Torres inelegível até 20.27, mantendo, portanto, a decisão liminar do relator do caso, ministro Dias Toffoli. O pedido do democrata para retornar ao mandato de senador foi negado. Definitivamente, Demóstenes está no jogo de 2018.

 

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