Ouvido Conselho de Ética do Senado nesta terça-feira (29), acusado de quebra de decoro parlamentar, em depoimento que durou mais de cinco horas, o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) iniciou sua apresentação dizendo passar pelo pior momento da vida.

“Devo dizer que vivo o pior momento da minha vida. Vivo um momento em que eu jamais imaginaria passar”, disse o parlamentar. Torres afirmou que toma remédios para dormir e presencia a fuga de amigos desde que a Operação Monte Carlo foi deflagrada em fevereiro.

“Minha atuação era pautada mais pelos homens do que por Deus. Se eu cheguei aqui foi porque eu readquiri a fé. Se eu resisti até esse momento é porque eu queria responder aos senhores e senhoras, as dúvidas que o Brasil”.

De acordo com ele, muitas coisas serão desmentidas pelos próprios autos. “A esmagadora ou grande maioria não tem importância ética ou penal nenhuma”. Torres relata que se relacionava com um empresário (Cachoeira) que mantinha relações com mais cinco governadores de Estado. “Ele tinha vida social”.

Sobre o fato do procurador geral da república Roberto Gurgel ter arquivado o processo da Operação Vegas, Demóstenes destaca que na ocasião o procurador entendeu que o parlamentar não possuía ligações com os jogos ilegais.

 

Sobre o Nextel, Demóstenes relata que o aparelho servia para sua comodidade. Em relação ao diálogo em que Cachoeira solicita que o senador analise um processo sobre a liberação de bingos, Torres disse: “O projeto estava e está no mesmo lugar. Não há quebra de decoro em se comentar um projeto com quem quer se seja. Não tenho nada  a ver com o jogo”. Torres nega que recebia 30% dos jogos em Goiás. “Estou comprovando que não recebi dinheiro e não pertenço ao jogo”, garante. 

 

 “Carlinhos disse para mim e ao governador Marconi Perillo que havia saído dos ramos dos jogos que estava trabalhando na legalidade. O que ele disse para mim, disse a outras pessoas”. Sobre a Operação da Polícia Federal, Demóstenes disse: “Eu joguei verde nele sobre uma Operação da PF e Ministério Público. Eu fazia esses testes com ele (Cachoeira)”.